coisas que me assolam as sinapses #65574

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o filme - die hard (carinhosamente traduzido por "assalto ao arranha-céus" por uns senhores distribuidores de película que nunca pensaram que aquilo se iria arrastar por aí fora)

momento 1 - o bem vestido hans gruber, mais o karl (nitidamente fodido dos queixos desde que soube que lhe mataram o irmão) e uns quantos moços germânicos da escola diego simeone, tentam matar john mcclane, o herói descalço, e recuperar uns detonadores que lhes fazem falta para uma churrascada que tinham planeado para comemorar o nascimento do cristo, não necessariamente nesta ordem. sabedor do estado patuléu do artista conhecido pelas forças policiais de los angeles como roy rodgers, hans gruber diz a karl, em alemão de sotaque alemão, pelo menos é o que me parece, para disparar contra os vidros. vendo que a entropia causada no sistema de comunicação verbal pelos tiros, adrenalina, e cabelo excessivamente longo do capanga, impediu este de receber convenientemente a mensagem, hans repete-a. novamente sem sucesso. exasperado como um adolescente que não consegue arrancar o celofane do novo fifa, hans diz, num inglês, também ele de sotaque alemão: «the glass. shoot the glass.», enquanto agita a sua varinha e dá um trago imaginário numa poção de invisibilidade. karl compreende perfeitamente, e desata a gastar balas como um árabe a comemorar a vitória numa corrida de camelos, partindo tudo o que é de vidro.
ora bem, sendo ambos, hans e karl, alemães... por que raio é que este só percebeu a ordem quando dita em inglês?

momento 2 - depois de um momento fracassado de bungee jumping, por parte de hans gruber, john mcclane e sua excelsa esposa, que nos pisos de números pares era gennaro, e, nos ímpares, mcclane, vêm cá para fora, onde entretanto se organizou uma espécie de festa de natal conjunta da polícia, bombeiros e jornalistas. apesar de ainda estar a recuperar de algumas escoriações, john não perdeu o bom humor, libertando revigorantes gargalhadas quando finalmente dá de caras com o sargento al powell, exímio comprador de dónutes e futuro pai, pelo que se depreende das suas declarações ao empregado da loja de conveniência... de caras, que é como quem diz de barrigas. eis que, do nada, se levanta um orc de cabelo comprido e com uma arma perfeitamente presa pela bandoleira, que, apercebemo-nos ao fechar o plano, é, nada mais nada menos, que o grande karl, de pronto despachado com uns quantos balázios bem dados pelo até aí traumatizado al powell.
ora, antes ainda de john mcclane matar de congestão o gengis khan que havia surripiado um chocolate do bar do rés-do-chão, tinha já lutado com grande intensidade, qual adrien versus herrera, com karl, a quem acabou deixando pendurado pelo pescoço, no piso logo abaixo do telhado e, igualmente, heliporto da torre nakatomi, morto, pensar-se-ia. assim sendo, a única forma de karl ter chegado cá abaixo, e presumindo que não veio pelas escadas, já que os elevadores estavam fora de serviço por causa de uma cadeira e um monitor ibm, é que haja sido projectado pelo enorme fogo-de-artifício apresentado com pompa e circunstância para comemorar, igualmente, a inauguração do edifício. pois bem, mesmo que suspenda a minha descrença como se ela fosse o tabuleiro da ponte golden gate, e acredite que karl sobreviveu a um enforcamento da era pós-industrial, com aço em vez de cordame, como explicar que ele tenha sobrevivido a uma explosão tamanha, seguida de uma queda de trinta e qualquer coisa andares? veio a planar em cima de uma placa de pladur, caindo leve, levemente, qual pena?

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