Sabedoria popular versão intelectualóide #12

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Bater em retirada perante a iminência de uma confrontação física, na qual há óbvia desvantagem, poderá não ser esteticamente agradável; não obstante, traz consigo um alijamento de pressão na região posterior do torso!

Experimente BioActive!

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Sujeito: Fugas de gás em Évora, em Lisboa, e sabe-se lá onde mais...

Predicado: Neste país, parece que nada funciona!

Complemento: Nem sequer os intestinos... estamos na merda há não sei quanto tempo, e só agora vêm os gases!

Já nas bancas

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Sabedoria popular versão intelectualóide #11

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A extremidade craniana onde se encontram as aberturas das fossas nasais dos canídeos, assim como a região glútea das fêmeas humanóides, apenas sofrem uma variação térmica que lhes permite atingir uma temperatura ligeiramente tépida durante o Estio.

O sinal vermelho é um estado de espírito!

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Como é do domínio público, por terem já passado mais de setenta anos desde a morte do presumível, seja ele quem for, ou tenha sido ele quem tiver sido, como queiram, eu não sou grande coisa em conjugações, a não ser de esforços orgásmicos, e mesmo sem saber quem foi o tipo sei perfeitamente que passaram mais de setenta anos, pois o dito que o dito ignoto ser criou é mais antigo que o defecar em posição de pernas absolutamente flectidas, de modo que as nádegas quase roçam o chão, e se neste tiver germinado uma densa vegetação herbácea pode mesmo acontecer sentir o respirar de uma formiga no topo de uma folha de capim, ou em caso de orvalhada sentir a dita região glútea a humedecer, também conhecido este acontecimento como cagar de cócoras, e, visto que as latrinas, objecto tantas vezes menosprezado, em que muitos cagam, mas que veio poupar muita gente a constipar-se pelo cu, são para cima de antigas, imagine-se o quão antigo não será o dito em causa, pois provavelmente o dito é mais antigo que aquilo que lhe deu origem, ou seja, foi um dito por não dito, e que reza que o hábito é o responsável pela feitura do monge.
Ora, o que nunca se explicou, pelo menos comigo ninguém se deu a esse incómodo, é se é o hábito enquanto peça de indumentária, ou se o hábito enquanto prática costumeira, recorrente, o que leva ao aparecimento desses senhores que, ao que dizem, abandonam tudo para se enfiarem no topo de um monte e se matarem uns aos outros com veneno nas pontas das folhas de livros, queimarem bruxas e falarem em latim.
É minha convicção profunda, e considero mesmo situar esta convicção algures na região de transição entre a epiderme e a derme, exceptuando talvez se estiver em causa a planta dos pés, ou a pele dos tomates, porque enfiar, ou situar coisas nos tomates é capaz de ser problemático, mas pelo menos nas palmas das mãos sim, só para se ter a vera noção do quão profunda ela é, que não se trata aqui da vestimenta dos também chamados frades, porque isto dos mosteiros é como uma família fechada, mais ainda que a Adams, ou as famílias mafiosas, porque é fechada ao sexo oposto àquele dos que dela fazem parte, porque temos nos mosteiros masculinos os frades e o abade, que é o pai etimológico, não confundir com o pai biológico, nem com o pai divino, e nos femininos, temos as irmãs e a madre, devem ser complexos edipianos ou electrianos invertidos, ou coisa parecida, alguém que perceba disso de psiquiatrias que estude. E considero isso pois pura e simplesmente não acho verosímil que o mero uso de um saco de serapilheira faça de alguém um monge. Quer dizer, eu nunca vi nenhuma batata com tonsura, e o que mais há para aí é batata ensacada em serapilheira, pelo menos desde que os europeus atracaram na setentrional América, donde trouxeram não só esse belo tubérculo, como também o milho, ou o feijão, para além doutras leguminosas, e doenças venéreas como a sífilis, deixando em troca o sarampo, que antes comia-se era castanhas, o que, junto com bacalhau, devia dar umas ceias de natal bem estranhas. Também, verdade seja dita, nunca vi nenhuma batata com cabelo, mas isso não é razão para abandonar tão forte convicção, ainda para mais depois de a ter colocado onde coloquei, que eu cá não levo jeitinho nenhum para Bartolomeu… Quer dizer, durante muitos anos vivi na ilusão de que havia uma espécie qualquer de batata com pêlo, ou cabelo, bem áspero e com as pontas espigadas, é certo, porque era isso que eu via nos supermercados, logo ao lado das mangas e dos maracujás, e não ao lado das cenouras e nabos, como mandariam a lógica e a sequência de preparação de uma sopa de legumes. Vim, mais tarde, a descobrir que aquelas batatas têm por nome kiwis, e que são, na verdade, iguaizinhas àquela fruta verde com grainhas chatas que eu comia às vezes, e que, se partilhavam com as batatas-batatas o dom de entupir canos de escape, tinham nos intestinos um efeito bem diverso. Além de que são, vá-se lá saber porquê isso, agora, o símbolo nacional da Nova Zelândia, juntamente com os fetos, o que é também sobremaneira inusual, diria antes bizarro, e disse mesmo, porque uma coisa é defender e incentivar a natalidade, e eu sou absolutamente pró-quecas, outra coisa é hastear fruta e embriões em desenvolvimento intra-uterino. Parece que nunca ouviu falar de bandeiras e hinos nacionais, aquela gente…
Assim sendo, resta-me considerar que o que torna o monge num monge são os hábitos que ele possa ter. Ora, hábitos não são vícios, e há que fazer aqui uma distinção clara! Hábito é toda aquela acção recorrente na nossa vida, e que não constitua necessidade essencial à sobrevivência, praticada de forma consciente (pois senão passa a ser um tique), por um indivíduo (se for por um grupo passa a ser um taque), e que não lhe causa mal algum. Se causar, é um vício! Como fumar, por exemplo. Durante muito tempo foi um hábito, mas bastou que um certo número de indivíduos e estudos declarassem não sei quantos efeitos perniciosos do acto tabagista, e logo passou a ser um vício, um mau hábito, portanto. Porque, no fundo, a linha que divide o mundo dos hábitos [o lado do Bem] do mundo dos vícios [o do Mal], está, numa escala de tenuidade, e ao contrário do que possa parecer através desta divisão maniqueísta, um pouco acima de um pintelho de uma velha, que é algo sobremaneira ténue, e um pouco abaixo da linha de perfil de uma modelo de alta costura, que é incomensuravelmente ténue; estamos a falar, digamos, de uma linha assaz ténue. Para dar mais um exemplo de graça, como faziam os romanos e ainda fazem os ingleses, há quem, como eu, sacuda o pénis até três vezes, no máximo, após a micção. Ora, isso é um hábito, e claramente bom, pois evita manchas indesejáveis nas calças, mas não chega a ser uma necessidade básica da vida, o que não obsta a que se considere aqueles que não sacodem vez nenhuma como, e isto é terminologia científica, uns porcos do caralho!, sendo que aqueles que acumulam esta porqueira com a não lavagem das mãos em seguida são uns grandessíssimos porcos do caralho! Depois, há aqueloutros que exageram, sacodem, sacodem, sacodem, como se estivessem a ter um ataque de convulsões epilépticas na piça, bem mais de três vezes, o que passa a ser, é dos manuais, acto masturbatório. Ora, considerando-se que a punheta não é certamente um acto essencial, e mesmo não fazendo propriamente mal a ninguém, excepto à Nova Zelândia, que depois fica sem símbolos nacionais, ou ao Camões, que diz que ficou zarolho, ao contrário do Édipo, lá está, que por ter preferido foder em vez de esgalhar sozinho acabou por levar à auto-mutilação das vistinhas, pode vir a tornar-se potencial hábito ruim, um vício, se for assim repetida, de cada vez que se mija, inclusive em urinóis públicos, ou atrás de um arbusto, ou outros objectos inanimados, nos casos de maior aperto. Repare-se até que há como que uma certa dose de parasitismo nestes casos, em que um mau hábito se cola a uma necessidade básica do ser humano. Era, à falta de melhor comparação, até porque não há mesmo nenhuma, como se uma mulher quisesse ter uma conversa séria com o marido sempre que estivesse a dar a bola na televisão.
Enfim, mesmo sendo humanos de carne e osso e sangue e linfa e essas tretas todas, os monges, digo eu, não devem passar o tempo todo a sacudir o chicote, até porque o raio do saco que têm enfiado não deverá facilitar em nada. E já nem falo das monjas, obviamente. Quem diz o vício da masturbação, diria, e digo mesmo, todos os outros, porque os monges são reconhecidos como virtuosos do piano da moral, tocam apenas nas alvas teclas e deixam os negrumes de lado, alheiam-se dos vícios, dos pecados da carne… Além do mais, entre matinas, laudas, primas, terças, sextas, nonas, vésperas e completas, mais os trabalhinhos físicos e intelectuais, e uma ou outra sonequinha em camas de palha, que tempo tem um monge para ganhar vícios, quanto mais para os suportar?
E, com isto tudo, se chega facilmente à ideia subliminarmente subjacente de toda esta espécie de raciocínio: os defeitos do sistema de ensino português, nomeadamente no que à segurança rodoviária diz respeito, enquanto parte integrante da formação dos nossos brilhantes cidadãos de amanhã. Está certo que a ideia não será criar um país de monges, mas não ficava mal deixar de se fomentar certos vícios na juventude, e quanto mais jovem menos se deveria fazê-lo, como aquele de atravessar sempre nas ditas passadeiras. Noutros locais, noutras sociedades, até pode ser que isso seja um bom hábito, mas, respeitando a idiossincrasia lusa, temos de o considerar um vício, e bem pernicioso, diga-se, tão ou mais que o do tabaco, até porque é praticado ao ar livre, e sobre isso já ninguém protesta…

Sabedoria popular versão intelectualóide #10

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É preferível ingurgitar um doce arredondado e de cremosa consistência confeccionado com o líquido segregado pelas glândulas mamárias das fêmeas bovinas mais corpos arredondados produzidos por fêmeas galináceas e demais ingredientes habitualmente colocado na mesa para degustação a frio após cozedura num recipiente semi-imerso num outro onde moléculas constituídas por dois átomos de hidrogénio e um de oxigénio que se encontram em estado líquido à temperatura ambiente dos países de climas temperados estejam em ebulição, juntamente com os comparsas; a ingurgitar o conteúdo de um vaso cilíndrico ou ligeiramente cónico e de asa elíptica assaz utilizado na actividade de construção civil para transporte de argamassa quando esse conteúdo são excrementos intestinais, desprovido de companhia.

O Método Socrático de Governação

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Sujeito: "Só sei que nada sei!"

Predicado: Com a actual sociedade de informação globalizada, fica difícil aplicar esse preceito.

Complemento: Fica nada! Basta encomendar muitos estudos científicos, e depois decidir, e voltar atrás, decidir, voltar atrás, decidir, voltar...

Sabedoria popular versão intelectualóide #9

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Todos os que possuem esfíncter anal sentem decerto um temor exacerbado.

Ó Chefe, foi o despertador que avariou...

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Era uma noite branca de Inverno, há muito tempo atrás...

A Lapónia estava imersa num banho de negrume pontilhado de miríades de estrelas, com a espuma fria da neve que caíra durante os últimos dias cobrindo a terra, as árvores, os telhados.
Os passos, amortecidos pelos flocos caídos, como numa almofada fofa, do Pai Natal que chegava a casa depois de mais uma noite pelo mundo a distribuir jornais gratuitos, Dica, Destak e Metro à cabeça.
Pela janela espreitando, poder-se-ia ver que em casa, defronte à lareira crepitante, pés cobertos com uma mantinha de aquecimento em pele de ovelha do Árctico, o Coelhinho da Páscoa esperava a sua chegada de mais um dia de labor intenso, com a mesa festiva posta de doces típicos da Lapónia, à base de haste de renas, e ervas e assim...
- Nicolau! Finalmente chegaste! Já é tardíssimo…
- Desculpa, Dentuças, mas o trânsito na VCI estava uma merda. Como o costume…
- Nicolau! Sabes que odeio que digas palavrões.
- Se conduzisses um trenó na altura do Natal, também os dizias.
- Oh!
O Pai Natal não conseguia esconder a amargura dos quarenta! Quarenta anos dedicados a espalhar a alegria pelo mundo, em forma de presentes matutinos nas meiinhas penduradas à beira da lareira que faziam, de todas as crianças, crianças felizes! Agora, com a multiplicação exponencial de largas superfícies comerciais, com o advento da feroz publicidade, e a mimalhice crescente das crianças do mundo ocidental, o seu lugar desaparecia, e ficava apenas a imagem rotulada das coca-colas, e a estatuária dos pinheirinhos. Os miúdos pediam aos pais, e os pais compravam… Já ninguém ligava às meias, ou aos presentes do Pai Natal, restavam-lhe apenas os jornais gratuitos, e um ou outro local ainda não tocado pela febre consumista. Até porque nos países terceiro-mundistas, quando tudo ainda corria bem, havia cedido o franchising às super-potências da Guerra Fria e elas continuavam a entregar a todos os meninos armamento do mais moderno para se matarem uns aos outros, sem intenção de devolverem a exploração desses territórios novamente ao Pai Natal.
Bardamerda para isto! – pensou, enquanto descalçava as botas.
- E então, que se passa?
- Nada de especial. O Nicolas Cage fez um novo filme e queria escrever um livro, a Soraia Chaves também fez mais um filme, e se calhar também gostava de escrever um livro, e os Gato Fedorento vão fazer a passagem de ano na RTP1, e pelo menos um deles já lançou um livro.
- E não se passa nada de realmente importante?
- Ah, o LIDL vai ter à venda umas máquinas de café muito jeitosas, de pastilhas, a 40 €.
- Ah, isso é bom, mas já sei como é, aquilo abre às 9h e às 9h05 já não há nada. E eu para me levantar cedo não estou com vontade.
- Quando trabalhaste no circo Cardinalli, ou com os Monty Python, não te queixavas de acordar cedo.
- Não sejas assim, não digas essas coisas estúpidas!
O Coelhinho da Páscoa não conseguia esconder a amargura dos quarenta! Quarenta anos dedicados ao mundo do espectáculo, enquanto membro da trupe circense Cardinalli, o maior circo do mundo, nos espectáculos de magia em que aparecia sempre gloriosamente branco da cartola do seu mestre; ou enquanto figurante em variados filmes, por vezes com nomeações para Oscar na categoria de Melhor Performance Animal. Mas o pêlo foi escurecendo, ganhando tonalidades cinzentas que brilhavam menos perante os holofotes, e acabou ultrapassado pelo Dentolas, outro coelho-artista, que acabou por ser escolhido no casting para os mais recentes remakes de Alice no País das Maravilhas, ou para aquele cameo no Matrix.
Falsário, eu bem sei que ele pinta o pêlo. – pensou, enquanto pegava nas malhas para fazer um pouco mais de tricot.
- E então o Benfica?
- Que queres dizer com isso?
- Calma, Nico! Estou só a perguntar como ficou o jogo!
- Ganhámos! E vocês amanhã perdem, que eu já arranjei prendas para as pessoas certas, e ficam só a sete.
- Como os anões? Ah, ah!
- Ri-te enquanto podes, que em Maio ainda choras!
- Isso… Por falar em rir, os Gato na passagem de ano? Mas eles não iam parar de fazer o programa, ou coisa assim? E vai ser gravado ou em directo como antigamente? Ah, que saudades desses programas!
- Isso já não sei, que só leio as capas, não dá tempo para mais.
- Que se passa contigo? Todo rezingão! Nem parece teu andares assim. Estás preocupado com alguma coisa?
- Se estou preocupado com alguma coisa? Se estou preocupado? Não, claro que não! Só com a puta da inflação, a puta da Euribor, o fim do caralho das SCUT! Escolhe. Como vamos governar a nossa vida, numa situação destas? Ainda para mais, com a ASAE sempre a rondar, não arranjas emprego, por causa da tularémia.
- Ei, que é isto? Que se passa contigo? Pareces doido! Jesus…
- O quê?! Que queres dizer com isso?
- Pareces doido! A falar assim, como nunca vi em 30 anos!
- Ah, sim… sim. Desculpa.
- Vou mas é fazer um chá. Tília e camomila, para ver se acalmas.
O Pai Natal tirava o casaco, menos vermelho agora, passados tantos anos de desgaste – Foda-se, isto assim não pode continuar! – encharcado pelas chuvas intensas a norte do Anticiclone dos Açores – Tenho de ser um homem, e contar-lhe!
- Olha que maravilha de chá! Queres a tua caneca tamanho jumbo, Nico?
- Dentuças… eu… eu não sei como dizer isto. Eu… tenho de confessar…
- Que se passa, Nico?
A voz rouca do Pai Natal, consequência de milhares de noites a enfrentar os fenómenos meteorológicos mais adversos, gaguejava, saía em pequenos fonemas, monossílabos, incoerentes, confusos… – Porra, tem de ser!
- Dentuças, ando a ter um caso com o Menino Jesus! – Foda-se, está dito…
O som do bule e da chávena a caírem, o som estridente e estilhaçado da chávena e do bule a caírem… Só isso quebrou o silêncio de um segundo eterno, absolutamente de vácuo, em que o Coelhinho da Páscoa olhou para o Pai Natal, já com os olhos marejados de lágrimas, sem acreditar no que tinham acabado de ouvir as suas longas e fofinhas orelhas.
- Ah, seu desgraçado! Eu sabia! Eu sabia! Eu desconfiei de chegares tantas vezes com palha enfiada nos bolsos e esse cheiro a manjedoura no barrete!!! Como?! Como foste capaz de fazer isto?
- Eu… eu… Foi uma coisa que… aconteceu… numa das minhas viagens de negócios ao Médio Oriente. Quando tratei com os israelitas aquela prenda… a doença do Arafat…
- Isso já foi há 3 anos! Andaste a esconder-me isto durante três anos?
- Não foi bem… só começou passado uns meses.
- Ah, e dizes isso como se assim estivesse tudo bem! Como foste capaz? Quer dizer, que andasses metido com as renas, ou com aqueles anões de orelhas esquisitas que trabalhavam contigo na fábrica antigamente, ainda podia perceber, mas… o Menino Jesus?
- Eu… isso das renas, e dos anões… O Rudolfo e o Nelson Ned disseram-te alguma coisa?
- O quê? Queres dizer que… também… Uuuiii! Qu’é isto?! UM OVO COLORIDO A SAIR-ME PELO CU? Já viste o que me está a acontecer? Por tua culpa! Tua!!!
- Coelhinho... desculpa...
- Odeio-te, odeio-te, odeio-te!!! Vou-me embora para o país das Maravilhas, e nunca mais te quero ver, seu badocha horrível, nunca mais!!! Ainda para mais benfiquista! Pfff…
O estrondo da porta a bater ecoou na cabeça do Pai Natal como uma gigantesca claquete a dizer FIM, sem direito a repetição, quanto muito reposição no canal da memória. Adeus, cauda fofa... - pensava, enquanto a porta de novo se abria, numa réstia inesperada de esperança, surgindo de novo a cara do seu Dentuças, quem sabe para lhe dizer - Perdoo-te!, ou - Amo-te e não consigo viver sem ti!, ou...
- Ah, já agora, és péssimo na cama!