Sabedoria popular versão intelectualóide #8

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Aqueles que ornamentados de extensões de marfim estão, serão sempre os derradeiros a tomar conhecimento dos factos!

Breves nótulas sobre uma verborreia insone #2

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(palavras incoerentes escritas a cor azul no verso de uma folha em branco)

A beleza impede nos de ver os verdadeiros monstros? – foi este, ipsis verbis, e mesmo sem hífen, como é próprio da sua escrita, o mote que, há não sei quanto tempo, Abelardo Ferdinando Vergílio Landeira nos desafiou a glosar, no seu opúsculo: Aforismos e Interrogações para poesias e textos em linha recta. Fê-lo como quem atira uma pedra para o ar e se esquece de ver onde cai, se num deserto sem vida, se num lago onde origina forte ondulação... Não caiu em deserto desabitado, mas também não originou ondas, ficou-se pelo intermédio pedido de esclarecimentos, em epístola reverente. Fizemo-lo e não obtivemos resposta alguma. Por isso, avançamos agora para o tema então proposto, expondo e analisando-o a partir dessas premissas lançadas e de outras que foram entretanto surgindo.
As interrogações então colocadas foram: Que beleza estamos a tratar aqui? e Que espécie de monstros? Para seguir por este trilho teórico, urge colocar outras duas questões logo à partida: O que é a beleza? e O que é a monstruosidade? Beleza e monstruosidade não são senão conceitos valorativos, conceitos que utilizamos para emitir juízos de valor, por isso, não são coisas, factos palpáveis, não são mensuráveis, nem objectivos, nem reais! Cada pessoa tem, para si mesma, uma escala de valores, onde esses estão incluídos, pelo que o belo para A pode não o ser para B e vice-versa. Assim sendo, a beleza e a monstruosidade não existem, senão numa escala relativa, nunca de modo absoluto. E mais ainda, elas não existem nas pessoas julgadas, mas apenas nos seus juízes!
Seguidamente, enquanto conceitos relativos, é também importante questionar em que situações são aplicáveis, ou seja, o que podemos considerar como sendo belo e/ou monstruoso! As pessoas, os edifícios, as paisagens, um pôr-do-sol? Tudo isso, sem dúvida. No entanto, no que toca aos humanos, a questão é bem mais complexa, pois tanto nos podemos referir à beleza/monstruosidade exterior como à interior, ao físico e aparente, como ao psicológico e oculto. A questão mais importante é, porém, saber o que tem mais significado... mas vamos com calma.
Perguntamos, de seguida, se estaríamos a falar de alguém simultaneamente belo e monstruoso ou, diferentemente, de dois diversos em que um belo ofusca o monstruoso. Comecemos pela segunda hipótese. De que modo podem duas pessoas, presumindo que o mote tratava de pessoas, criar um tal jogo de eclipses, ofuscando-se uma à outra? Será que qualquer um tenta, por iniciativa própria, tapar o outro aos olhos de um terceiro? Ou não será isso apenas mais uma questão de relatividade, em que A vê B como belo e C como monstruoso, mas em que D vê exactamente o inverso? E, mesmo assim, quer A quer D vêem ambos a B e a C. Haverá algum X que verdadeiramente esqueça ou a B ou a C apenas devido à presença do outro?
Mais complexo ainda é o caso em que A olha para B e este contém em si mesmo os sintomas da beleza e da monstruosidade. Assim, podemos ter que B seja belo fisicamente, mas monstruoso em termos de carácter (caso 1); ou então que B seja belo interiormente, mas monstruoso visualmente (caso 2). A questão é: Será que A, ao aperceber-se da beleza, se esquece do restante? Ou nem sequer nele repara? E sendo assim, fá-lo igualmente nos dois casos? Porque, e aqui reside o verdadeiro ponto fulcral de toda a problemática, a importância que A dá ao físico e ao psicológico é que determina a sua posição! Se A dá primazia ao físico, então pode não ligar por aí além à monstruosidade no caso 1, nem à beleza no caso 2; se, ao inverso, valoriza mais o interior, então a beleza do caso 1 não lhe causa grande comoção, o mesmo se passando com a monstruosidade do caso 2! Mas será alguém capaz de não ver ambos os pratos da balança? Não o sabemos, não sabemos se andará por aí esse X...
A beleza impede nos de ver os verdadeiros monstros? perguntou Abelardo Ferdinando Vergílio Landeira. O que pretendemos nós ver ao olhar o mundo e as pessoas nele?, pergunto eu!

FIM
(também sem grandes conclusões)

Sabedoria popular versão intelectualóide #7

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Jamais alguém deverá considerar como pré-adquirida uma célula resultante da fecundação dos gâmetas provinda do orifício anal de um galináceo!

O Pasquim Infame investiga #3

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Depois de Sintra, Silves, Almada ou Seixal, é agora a vez dos moradores de Landeiró de Baixo protestarem contra o traçado das linhas de muito alta tensão, que passam mesmo pelo centro desta pequena vila de 57 habitantes.
Tenho comigo Teotónio Narsélio Soromenho, líder deste protesto, autor da petição enviada à REN, ao Presidente da República, à Assembleia da República, ao Governo, e, ao que julgo saber, ao Grupo Recreativo, Cultural e Desportivo de Oliveira de Frades.
- Antes de mais, senhor Teotónio, permita-me dizer que tem, provavelmente, o nome mais parvo que já ouvi na minha vida, sendo que eu próprio assino Anastásio Landeira, pelo que autoridade moral para lho dizer não me falta!
- Muito obrigado!
- Diria mesmo que mais parece que os seus pais o detestavam, e, por isso, decidiram dar-lhe um nome absolutamente risível!
- É muito gentil!
- Agora que já esclarecemos este ponto, vamos então à entrevista. Senhor Teotónio, porquê esta petição, e porquê agora?
- Posso falar?
- Pode.
- Posso?
- Já disse que pode!
- Pois, então, queria agradecer aos senhores do Pasquim Infame esta oportunidade para divulgar as razões do nosso protesto, e queria, para responder às suas perguntas, afirmar que sim.
- Como disse?
- Disse sim.
- Portanto a razão para este protesto e neste momento, é sim.
- É sim, sim, senhor!
- Pois... hmmm... e não haverá mais nada que nos possa dizer, por exemplo: perturbam-vos os níveis de radiação emitida pelas linhas de muito alta tensão que passam aqui mesmo por cima das vossas casas?
- Não! Isso para nós não é problema nenhum!
- Não? E não acha isso estranho, pois se até agora todos os movimentos populares apontam essa questão como centro das suas argumentações.
- Nã... Nós, a radiações, estamos habituados. Olhe, ainda no outro dia o reactor nuclear da tia Rondina sobreaqueceu e estoirou! Foi para aí uma fumarada verde que não se via nada durante umas semanas! É normal, é normal.
- Um reactor nuclear?!
- Sim, aqui em Landeiró de Baixo cada casa tem um reactor privado, por causa da electricidade, sabe, que vai muitas vezes abaixo, porque os ratos gigantes roem os cabos dentro da central, e é um sarilho. Ainda no outro dia apanhei lá três, que foi o meu jantar.
- Ratos gigantes?!
- Sim, assim, vá lá, do tamanho de um leitão acabadinho de nascer, uns 15 quilitos, pronto.
- 15?...
- Mas como eu ia a dizer, é uma chatice a electricidade ir abaixo, que a gente quer ver o Preço Certo em Aéreos e depois não pode não é? É chato! Ah, e aqui que ninguém nos oiça, parece que eles lá em Landeiró de Cima só têm um reactor para toda a vila. E eles lá são bem mais que nós... ora... morreu anteontem o senhor Zardilaque da mercearia por causa dos tumores, uma coisa feia, rapaz!, portanto, devem ser uns 72, neste momento. E são uns somíticos, está a ver? Um reactor para essa gente toda! Eu até me admiro se eles chegarem até à Roda Final.
- E... portanto, não têm problemas com as mutações genéticas?
- Olhe, calha bem falar nisso. Ó Léééééécio! LÉCIO! É meu sobrinho, sabe? Olhe, lá vem ele.
- Mas, mas... o seu sobrinho tem, tem...
- Olhe-me que beleza de moço! Olhe-me estes quatro braços! Ele, com estes braços todos, cava que é uma coisa linda! Na altura de semear as batatas ganha rios de dinheiro nestas redondezas! Diz lá adeus aos senhores jornalistas.
- Brglloinksmmm. Ug... ug.
- Pronto, pronto. Vai ter com a mãe para ela limpar a baba. Fica muito nervoso com gente estranha, sabe.
- Ok, portanto, o senhor não se preocupa com as radiações e com os seus efeitos... Afinal, o que o preocupa nestas linhas?
- Bem, não será bem preocupar, é outra coisa menos forte.
- Desassossegar?
- Não, menos ainda.
- Incomodar?
- Isso! É mais um incómodo.
- E que incómodo seria esse?...
- Olhe, o problema é que estas linhas me afectam o sono.
- O sono?
- Sim, o sono. Não consigo dormir tranquilo.
- Não consegue dormir tranquilo?
- Não. Passo as noites todas acordado.
- Passa as noites todas acordado?
- Oiça, não está a ouvir assim um eco estranho?
- Eco estranho?
- Sim.
- Não.
- Deve ser daquela gosma acastanhada que tenho sempre nos ouvidos.
- Gosma nos ouvidos?
- Sim, não se preocupe, que isto passa já.
- Portanto, o senhor não se preocupa com as linhas, com as radiações, mas mesmo assim não consegue pregar olho. Não estou a perceber.
- Pois, o problema é que as linhas não me deixam mesmo dormir. São umas chatas, sempre a falar, sempre a falar!
- Falar?!
- Sim, falar, a noite toda! Eu tenho um sono muito levezinho, sabe, e então basta uma começar e pronto, lá se foi a noite de descanso. Sempre zum, zum, zum! Zum, zum, zum...
- Portanto, o que o levou a enviar esta petição de protesto foi o barulho que as linhas fazem?
- Barulho? Aquilo é uma algazarra! Ainda ontem passaram a noite a discutir se o golo do Hurst em 66 entrou ou não! Uma confusão pegada! E em dias de orvalho? Ou de vento forte?! Vvvvvvvvvvvvvvvvvv! Vvvvvvvv! A noite toda nisto!
- Pois percebo. E, enfim, o nosso tempo acabou...
- Queria só dizer mais uma coisa. Posso?
- Pode.
- Posso?
- Já disse que posso, homem!
- Calma! Até parece que é um cabo de fibra óptica, ou o camandro, sempre nervoso! São uns sacaninhas nervosos, esses gajos.
- A sério, despache-se lá!
- Pronto, só queria pedir que ao mudarem a linha a pusessem a passar em Landeiró do Meio, que me esqueci de pedir isso na petição. Esses gajos nem reactor nuclear têm! Avarentos de uma figa!
- Pronto, pronto, acabou o nosso tempo. Foi a entrevista... possível... com o senhor Teotónio Narsélio Soromenho, aqui, em Landeiró de Baixo.
- Chau!
- Muito obrigado. Obrigado.


- Já agora, Oliveira de Frades porquê?
- É bonito.
- Ah, está bem!

Sabedoria popular versão intelectualóide #6

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Calendas de Maio em que os céus não sejam rasgados pelos fulgentes relâmpagos de Zeus em vozes ribombantes de atordoar a alma são como machos asininos que não possuam massa testicular!

Dicionário de Biturbo #14

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alfarrabista - (1 - subs. fem.) aquela que detém o cu primordial, o mais perfeito par de nádegas, ou nalgas; também chamada de coeva; (2 - adj. masc.) com o tempo, passou também a qualificar aquele que procura apenas açambarcar cus perfeitos.

Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Breves nótulas sobre uma verborreia insone #1

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(palavras incoerentes escritas a cor azul no verso de uma folha em branco)

Estar vivo é o contrário de estar morto. – foi a páginas tantas do Phedon de Platão que esta afirmação apareceu pela primeira vez, colocada na voz de Sócrates, mestre do que dá nome ao livro, assim como do seu autor, e que esperava pacientemente pelo copo de cicuta que o levaria às margens do Styx! Foi, porém, pela voz de Lili Caneças que se imortalizou tal sentença nos arraiais e praças lusas, motivo de chacota, rapidamente rotulada de lapaliçada! Não é o caso! Leva-nos, outrossim, a meditar meticulosamente no seu significado, na escolha de cada palavra e de sua exacta posição.
Estar – verbo intransitivo que significa ser presente; permanecer; residir. Um verbo intransitivo, recorde-se, é aquele que, por definição, não exige complementos, pois possui significação absoluta, dispensando-os, assim, pois se basta a si mesmo para atribuir sentido a uma oração. Portanto, estar é uma noção absoluta que corresponde a ser presente; permanecer; residir. A lógica do senso comum confirma que Permanecer vivo é o contrário de permanecer morto. Mas a lógica e o raciocínio mais apurados levam a algumas chamadas...

Primeira: o permanecer vivo é, necessariamente, uma grandeza diferente do permanecer morto, visto que, uma vez nascendo, o caminho para a morte é inexorável, logo, é um estado transitório o estar vivo; pelo contrário, estar morto é um estado definitivo, excluindo, por motivos óbvios de argumentação, os casos de reanimação médica, mas depende primeiramente da condição de ter estado vivo, o que não sucede inversamente. Assim: Estar vivo é o contrário de estar morto, mas, também: Estar morto é o resultado de ter estado vivo.

Segunda: é o contrário, ou seja, a conjugação na terceira pessoa do singular do presente do indicativo de ser o contrário, ou uma pessoa neutra, neste caso, sendo que vem a dar ao mesmo. Visto que ser significa também estar, temos que: Estar vivo está no contrário de estar morto ou Estar morto está no contrário de estar vivo. Assim, estão ambas no contrário uma da outra, mas ao passo que A (estar vivo) leva a B (estar morto), B não leva a A, embora dele proceda! Da mesma forma, A não procede de B, mas leva até ele, como já referimos na nota anterior.

Terceira: Estar é, como vimos, sinónimo de Ser presente ou de Ser, pois se pode subentender que se é sempre em algum lugar, enquanto organismo, aglomerado molecular orgânico; estar morto é não ser mais essa coisa orgânica, antes transformar-se apenas em massa molecular inerte e inorgânica, não ser presente. Assim: Estar vivo é o contrário de estar morto, mas, também: Ser um ser é o contrário de ser um não ser ou Ser um ser é o contrário do não ser um ser ou ainda ser é o contrário de não ser (porque, como na matemática, + com + é = a +; e + com - é = a -).

Quarta e última: Uma questão de interpretação: podemos falar de estar sem subentender uma qualquer espécie de acção? Pensar estar como representação gramatical de uma passividade pura? Se não o conseguirmos fazer não será mais acertado dizer em ver de estar morto, ter morrido ou vir a morrer, pois assim se marca uma determinada e derradeira acção num certo ponto do tempo, mesmo que indefinido? Ironia das ironias, a derradeira acção tornar-se-ia a causa de não mais se agir! Estar morto é, neste caso, uma contradição, pois o morto, no sentido de falecido é um não agente, e estar morto implicaria a acção de não ser! Assim: Estar vivo é o contrário de estar morto passa a Estar vivo é o contrário ao depois do vir a morrer ou ter morrido, ou mais simplesmente: Estar vivo é o contrário de não estar, ou, como já dissemos por outras palavras: Estar é o contrário de não estar (não nos esqueçamos que estamos a lidar com um verbo intransitivo e que, por isso, não precisa de complementos). Excluindo novamente os + e os – que não interessam: Estar é estar! Diria mais… diria que: Ser é ser; por isso, quem é, é sendo! Mais ou menos como as duas ervilhas num canto do prato:
‑ É!
‑ Pois é!

FIM
(e sem conclusão alguma)

Isto é inadmissível! Uma semana de atraso!

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Sebastião, jovem formoso,
Cabeça loira, usava coroa
Que lhe dava ares de poderoso,
Que ele usava um pouco à toa.

Pra África sonhava em ir,
Ganhar almas pra Cristandade.
Ficou-se às portas d' Alcácer-Quibir,
Foi-se na loucura e virgindade.

Porque Sebastião não fodia,
Tinha a mulher como um papão.
Por isso nunca deu a alegria
Ao reino, de fazer um varão.

Veio pró poleiro um velhadas,
Seu tio que também era cardeal,
Tinha as sotainas borradas
E mijava nas plantas do quintal.

Toda a vida homem virgem,
Por preceito da devoção,
Podia então tirar ferrugem,
Já só não tinha era tesão.

Quinou também o velhote
Sem dar ao reino varonil.
A luta p'la coroa foi fartote;
Candidatos, mais de mil.

De Parma, Sabóia e do Crato,
Até de Roma e França,
Mas era pequeno o prato
E só o de Espanha encheu a pança.

Filipe em Espanha era já segundo,
Deste lado ficou primeiro.
Mandava em mais de meio mundo,
Império com sol o dia inteiro.

Mas todo o ano havia guerra
E sobe-sobe com os impostos,
Pra combater Holanda e Angleterra
E trazer ao povo mil desgostos.

Morreu Filipe, veio Filipe,
E 'inda outro Filipe arribou.
Foram três os desta estirpe
Que o tesouro encazinou.

Pagava povo, clero e nobreza
(Que era coisa de espantar)
Ficava o reino nesta pobreza
De não ter como se remediar.

Sonhou o povo assim tratado
Qu' havia Sebastião de regressar
Num dia frio e enevoado,
Lá das terras d' além-mar.

Esperou-se à toa dias e anos
Pela chegada do Salvador,
Mas no horizonte não vinham panos
D' el-rei Sebastião nosso senhor.

Como não chegava el-rei no nevoeiro,
E não saía o reino deste trabalho,
Foram-se quarenta ao Terreiro,
Mandaram o Vasconcelos pró caralho.

Trouxeram João de Trás-os-Montes
Para ser o IV de Portugal.
Ele que nunca quis ser rei antes,
Por preferir música e coiso e tal.

Vendo o trono assim levado,
Filipe III ficou fodido.
Mandou o reino ser tomado
Pelo exército de peito erguido.

Mas breve saiu de Portugal
Outra vez pelo mesmo caminho,
A enfiar-se no Escorial
Com o cu todo assadinho.

Daqui as gens lhe deram luta,
Português era outra vez tudo.
- Vai-te embora, à ganda puta,
Desgraçado de queixudo!

Fez-se assim a Restauração,
No primo dia de Dezembro.
Não mais houve fervor como então
Neste povo a quem relembro:

Mandou-se o castelhano embora,
O espanhol voltou-se a mandar.
Só não se mandou daqui pra fora
Tanto português que nos quer enrabar!

Frei António Jerónimo Landeira (inícios do séc. XIX)

Dicionário de Biturbo #13

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oxigénio - (subs.) génio enferrujado; oxidado no metal do pensamento, pela estupidez líquida do mundo. Acontece sobretudo a génios que se distraem sobremaneira a ver tv ou a jogar playstation.
Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Breves nótulas sobre uma verborreia insone #0

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(palavras incoerentes escritas a cor azul no verso de uma folha em branco)

Quem nunca tentou fazer um documento do Word com tantas páginas que ele não conseguisse fazer uma contagem de caracteres sem se desfazer em merda que atire a primeira pedra! E digo isto com a noção de que não deve haver ninguém para atirar coisíssima nenhuma, e se houvesse também haveria de ser tal mongo, tal nerd, tal totó (e afins, como costuma dizer nas carrinhas de distribuição de pão nas aldeias – Era um quilo de broa e um afim sem creme, que é pró meu mais piqueno!), que nem num elefante acertaria, a dois passos. Que eu não sou parvo! Nem eu, nem o JC, ou nunca pensaram por que razão ele não disse: Quem nunca andou todo nu pela praça central de Jerusalém, só com uma meia a envolver o sexo, a cantar músicas napolitanas às janelas das moçoilas casadoiras, que atire a primeira pedra!, em vez de: Quem nunca errou, que atire a primeira pedra!? Que ele não queria que a Madeleine, que não aquela que desapareceu no All-garve, levasse castanhada. Já a outra, a do All-garve, foi provavelmente vítima de pessoas que andaram nuas pelas praças de Albufeira, só com meias a envolver-lhes o sexo, cantando músicas napolitanas às janelas de moçoilas casadoiras. Ou isso, ou músicas da Edith Piaf, uma das duas, de certeza. Ou nas praças de Jerusalém.
Já erros assim a modos que espontâneos do género erro fatal, esta merda vai fechar e vais perder todo o trabalhinho, seu cabrão!, sucedem-se recorrentemente. Pelo menos comigo, já não poucas vezes impediu de continuar a articular uma torrente, mesmo que zinha, de parlapié, faladura, verborreia!...
Curioso o ter usado esta palavra, pois que ela usa o mesmo sufixo de outras palavras, como sejam o caso de rinorreia, gonorreia ou ainda diarreia. Curioso, porque calha eu saber que o prefixo -reia se refere a escorrimento, logo: verborreia é igual ao escorrimento do verbo, da palavra; rinorreia é igual ao escorrimento do nariz, ou rino-, daí o rinoceronte, que deve parte (a parte prefixa) de seu nome ao peculiar frontispício, embora não tenha escorrimento! E isso acho bem, porque ver um rinoceronte a usar lenços de papel mataria logo ali a magia de África, mais a da sua vida animal.
Agora, o que eu não percebo é gonorreia! O que são os gonos? Ajudantes de Pai Natal sem n? Espécie de gomas, mas com sabor a fruta? Isto até que a Wikipédia me oferece o conhecimento, qual maçã da árvore ao meio! Os gonos são, na verdade, gonococos, uma bactéria que provoca a referida DST, o que acaba por bater certo, porque, afinal, a doença resulta de se usar os cocos! A gonorreia é também conhecida por blenorragia, e isso também nos leva a pensar: é que se -ragia é um sufixo sinónimo de -reia, e quer dizer escorrimento, tal como em hemorragia (escorrer sangue), que raios são os blenos?! Enfim! Então e a diarreia? (parêntesis para dizer que este texto tem 2279 caracteres, até este ponto de interrogação, e o Word ainda não deu de si!)
Adiante, a diarreia, mas que é isso afinal? Será o escorrimento do dia? O rasto semi-líquido do Sol a passar pela esfera celeste? Não o sei, e também não há sinónimos nem Wikipédia que ajude neste caso! Esta diz-nos, apesar de tudo, que "normalmente não são graves [as diarreias] e prolongam-se pelo máximo de sete dias." Ora, se ainda fossem sete horas, seria uma coisa fodida, fedorenta e putrescível, mas não mais que isso. Sete dias a cagar de leque, à pistola, ou de esguicho, ou lá como queiram, já me parece coisa para ser chatinha e afectar um pouco o bem-estar e, quem sabe, impedir um tipo, por exemplo, de se sentar à frente do PC a ler isto! O que seria, sem margem para dúvidas, uma merda!
Manifestar-se-ia merdosamente a merda em não deixando ver merdas destas, no fundo.

Jovem, tens noção de que não há pinheiros desta altura...

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Árvore
do Lat. arbore
(s. f.) - grande vegetal lenhoso, cujos ramos saem a certa altura do tronco...

A Admirável História da Família Landeira

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O Quim Zé era um futeboleiro à moda antiga, daqueles que faziam o que faziam apenas pelo gozo e pelo desporto, não por avultadas somas monetárias. Era capaz de ziguezaguear impressionante, qual enguia com força de cavalo, por entre os defesas contrários e, depois de fintar o redes também, passar a bola para o lado, para outro qualquer marcar o golo, que isso era coisa demasiado aborrecida, golos de baliza aberta... Fui o melhor marcador da Liga Pintelhos à custa dele... Como eu era desajeitado, só podia ir para redes, ou para avançado mamário, o dito moço que está lá na frente, escondido, à espera de uma baliza aberta para marcar. De uma baliza aberta e de mais um passe do Quim Zé, o nosso rei das assistências. Eu era demasiado franzino para ser redes, qualquer um passava um remate por mim, ainda para mais sendo pitosga como um morcego. Tivesse ao menos as asas e o sonar... mas nem isso! Ele não, ele era o ídolo das claques, o creme na bola de berlim que pontapeávamos feitos doidos, sem esquemas tácticos. Um maradona das ruas, como devem ser os maradonas...
Não era, porém, o futebol a única modalidade que o Quim Zé praticava. Ao longo dos anos, sobretudo nos anos finais do liceu, foi desenvolvendo aptidões para o ténis, distribuindo raquetadas de mão cheia nas nalgas das moças, que gritavam sempre ‑ Seu estúpido!, e acabavam a resfolegar uma nalga contra a outra, fazendo-se passar por bojudas fêmeas, à espera que ele aproveitasse a deixa bíblica da outra face. E ele enfiava-lhes com um winning de direita ao longo do glúteo, game, set and match! E elas adoravam, mesmo que assumissem a expressão de vestais violentadas! Mas aquilo de que ele mais gostava era o bilhar de três tabelas, modalidade que praticava em pares mistos nas traseiras do ginásio. Tabela em cada amígdala e taco pelo buraco dentro... alguém lhe disse uma vez que no bilhar às três tabelas não havia buracos, e mesmo que houvesse as bolas é que entravam, mas ele limitou-se a responder ‑ E eu lá tenho culpa de ter a piça à frente dos colhões!!!
Desportista verdadeiro como era, o Quim Zé acabou por não enveredar por uma carreira profissional no mundo da bola, nem da raquete, nem do taco... Acabou mesmo a escavar buracos, mas para os lados do Nilo, em prospecções arqueológicas em busca de sarcófagos [durante todo o liceu, ele dizia que sarcófagos eram os que comiam sargos, ainda estou para perceber como é que lhe deu para ir escavar pró Egipto, para se tornar arqueólogo!, mas o mundo é mesmo assim…], nas famosas escavações do Doutor Aristides Landeira. Aristides Landeira era mesmo ele, não era nenhum velho com 60 anos e barbas brancas a cheirar a mofo de biblioteca! Quim Zé era alcunha, porque logo na apresentação dos alunos no 1º ano do liceu alguém disse, ao ouvir da boca esganiçada do tutor da turma, o professor de Matemática, por sinal, extremo e zeloso tratador de uma palmatória à moda antiga, mais ou menos das mesmas modas do jeito de praticar desporto do – Aristides António da Cunha Landeira! ‑ Eia, que Quim Zé! – vociferou, o mais grotescamente possível, o Tó, profissional do gozo, hoje artista de stand-up comedy na Igreja da Paróquia, com direito a manejar os sacramentos e tudo, o safardana do padreco! Ficou Quim Zé, pois claro... [estas historietas de alcunhas e assim soam sempre ao mesmo, mas é exactamente assim que se passam, por isso nunca soam a falso, apenas ao mesmo...]
Adiante, o Quim Zé, o Doutor Aristides Landeira, insigne arqueólogo nacional, conhecido internacionalmente pelos seus estudos sobre as civilizações pré-clássicas, em particular as dos grandes rios do Crescente Fértil [coisa admirável, ler os jornais... aprende-se coisa nenhuma, mas ganham-se excelentes expressões para usar a encher chourições de parágrafos]. Estava em busca do túmulo de um tal de faraó Pá-Txóli ou cousa que o valha. Isso de nomes nunca foi o meu forte. Infelizmente, o período de escavar estava mesmo a terminar, e em breve teriam que tapar tudo, para voltar apenas no ano seguinte, e de faraó nem sinal. Por um lance de sorte, acabaram por descobrir o tal túmulo a três dias do fecho do circo. Uma oportunidade única para entrar no mundo desse faraó esquecido no meio da magnificiência do Ramsés II, da loucura do Akhenaton, da misteriosa morte do Tuthankamon... pelo menos de entrar no túmulo, depois de limpa a entrada. Parece que foi preciso usar máscaras, que lá dentro cheirava a gás podre, e queijo com bolor, como as farpolas do Escape Remus, o tipo mais seboso e olfactivo da nossa turma, incapaz de passar uma aula de Educação Física sem deixar escapar uma granada de mostarda que nos punha sempre todos a chorar e a dar-lhe pontapés! O que, como provámos empiricamente ao longo de várias experiências não premeditadas, era pior, muito pior, porque abanava o barril gasoso do bucha e então era o caos! O caos, as faltas disciplinares e o banho de água fria como castigo!
Ao entrar, parece que não havia nada de especial dentro do espaço tumular, uma ou outra peça de mobiliário, mas tudo em materiais corriqueiros, que as coisas de oiro e pedras preciosas tinham já sido alvo da rapina de vorazes salteadores, e estariam provavelmente num museu europeu ou americano, público ou privado. Apesar disso, era uma coisa digna de se ver, pois, ao passar a mão pelas paredes logo se percebeu que estavam cobertas de pó, pó esse que cobria magníficas pinturas e escritos quase intactos... O secretário particular do Quim Zé, um escriba dos tempos modernos, coisa bem apropriada para o momento, anotou no seu agora famoso caderno as primeiras palavras que o Doutor leu directamente das paredes... – Esqueci-me das meias, pá! – Mas, doutor Landeira, que importância tem isso? Não está frio aqui dentro, e além do mais, as meias com a areia traçam a pele toda! – Mas tu estás parvo, ou fazes-te, boi? Isso é o que está aqui escrito!
Obviamente, o anónimo escriba riu-se do dito, ao que se seguiu uma das tradicionais chapadas à Quim Zé! – Estás a rir-te? Estou a dizer, está aqui escrito: Esqueci-me das meias, pá! Perante o olhar atónito do seu escravo pessoal, Aristides António da Cunha Landeira, ilustre arqueólogo luso, revelou assim ao mundo uma fabulosa descoberta: "No reinado do grande filho do deus Ámon, Txóli-Men-Ré, ao passar as colunas do templo dos mares quentes, para entrar no grande mar das águas gélidas, os aventureiros comerciantes da cidade do Sol chegaram a uma terra de homens barbudos apenas entre os narizes e as bocas, que bebiam cerveja e comiam pequenas sementes amarelas e arredondadas a que chamavam tré-moços, que lhes ensinaram a sagrada palavra Pá! E assim, no 7º ano do seu reinado, Txóli-Men-Ré mudou seu nome para Pá-Txóli, e obrigou que todas as frases que saíssem do coração dos homens pelas suas bocas haviam de terminar com essa palavra!..." Era este o início de um longo texto épico, em que se provava que não só os egípcios tinham andado por terras tão distantes como a Escandinávia, como, sobretudo, tinham passado pelo local que hoje é Portugal, onde aprenderam esse vocábulo já então tão na moda, o Pá!
O Doutor Aristides Landeira prosseguiu as suas escavações à procura de outros túmulos da época desse faraó, tentando encontrar provas inequívocas do processo de génese de tal palavra... E continua a jogar futebol aos domingos à tarde, a jogar ténis de manhã e a dar umas tacadas, mesmo atrás das pirâmides!

Carcanhol Z

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Dicionário de Biturbo #12

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nauseabunda - (subs.) tanto pode significar uma bunda que provoca náuseas, como a náusea provocada por uma bunda, conforme o contexto. (ver fig.)
Fonte: Dicionário de Biturbo - versão ilustrada (não editado)

Evangelho segundo Paula Bobone (ou qualquer outra apóstola similar)

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O Porto de Honra de Canãa
E então, na terceira soirée, organizou-se um Porto de Honra em Canãa da Galileia, uma coisa chiquérrima; e estava presente a mamã de Jesus, a tia Maria Carpinteiro dos Anjos.
E claro que a festa não ficaria completa se não tivesse sido também convidado Jesus, mais os seus amigos do squash!
Mas, oh!, a empresa de cathering era uma in-com-petente! Deram-se ao descaramento de não ter vinho suficiente, e foi então que a mamã de Jesus lhe disse:
- Que hó-rror! Acabou-se-lhes o vinho!
E disse-lhe Jesus:
- Mamã… sabe perfeitamente que isso não é da minha responsabilidade! O meu tempo ainda não chegôo.
Isso levou a um ataque de irritação na tia Maria dos Anjos:
- Ouça lá, quer levar um estalo? Ainda não chegou o seu tempo… Então e aquele Patek Philippe lindííííssimo que lhe ofereci ainda há poucos dias, quando fez 30 anos?
­- Pronto, está bem! Só para não a ter de ouvir queixar-se na volta para a mansão, deixe-me lá fazer qualquer coisa!…
Empregado!, empregado!!!
Olhe, traga lá umas ânforas de pedra, ou assim, mas nada de coisas compradas em lojas rascas, nem material de contrafacção, tudo menos contrafacção! Tenho hó-rror a contrafacção!…
Ah, volte cá! Traga isso cheio de água!…
Ah, volte cá! Pode ser água tónica, que sempre é menos popularucho…
E trouxeram as ânforas.
- Agora levai isso ao maître e desamparem-me a vista, que já estou aborrecidíssimo com isto tudo.
Logo que o maître provou a água tornada vinho, chamou o esposo e disse-lhe escandalizado:
- Todo o cavalheiro põe primeiro o vintage e, caso a festa se prolongue noite fora, e caso se beba a reserva dos melhores vinhos, ou para dar aos jornalistas do social, ou assim, sei lá, usa-se o vinho corrente, mas o senhor fez ao contrário! Que falta de chá!!!
Jesus principiou assim a sua fama em Canãa da Galileia, e manifestou a sua classe; e os seus amigos ficaram tão soberbamente fãs seus, que até começaram a andar em grupo a ouvir tudo o que ele dissesse para depois escreverem assim em diários, e livros e tal.

Top+

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Sujeito: A palavra vale prata...

Predicado: ... e o silêncio é d'oiro!

Complemento: E os discos do Tony Carreira são multi-platina!

Feriado nacional de qualquer coisa... #2

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5 de Outubro - Dia da Implantação da República Sete Mamas!

Porque cada vez há mais quem queira mamar!

[Pintura de McAndrew Sunday Rebelo Landeira]

Feriado nacional de qualquer coisa...

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5 de Outubro - Dia da Implantação do Silicone nas Mamas da República!


[Pintura de McAndrew Sunday Rebelo Landeira, nosso familiar do ramo escocês.]

Landeira Geographic #2

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Reescrevendo a história apresenta...

Os Reis Magos e seus presentes!

Desde os alvores desta era a que se acostumou chamar de cristã, as figuras míticas dos reis magos povoam o imaginário das populaças! Sobretudo pelos presentes que traziam, o ouro, o incenso, a mirra! No entanto, o Landeira Geographic descobriu a verdade [mais uma vez]!!! O que os míticos monarcas transportavam era, na verdade, ouro, incenso e migas! O problema é que as migas azedaram pelo caminho, por causa do calor da judeia, e então o pobre rei lá teve que deitar aquilo fora, e arrancar uns ramitos de umas plantas, para não parecer que tinha ido de mãos a abanar!


Landeira Geographic

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Reescrevendo a história apresenta...

A traição de Judas!

Durante os últimos dois milénios, mais pós, menos pós, julgou-se que Judas traíra Jesus por 30 dinheiros. Na verdade, a razão foi bem mais mesquinha! Tendo JC comprado, no Lidl de Jerusalém, uma caixinha de Gelatelli - mini-gelados, para a sobremesa, a verdade terrível é que... a caixa tinha apenas 12 gelados! Ora, como eram 13 à mesa, e a distribuição começa sempre pela direita, quando o trunfo sai de baixo, mas Judas estava na ponta esquerda, estilo Robben, ficou com a caixa... vazia... Tivesse JC tirado o trunfo por cima, e já tinha sido ao contrário. E tinha sido Mateus a ficar sem sobremesa! E, se calhar, a amuar! Ou tinha pedido um Cornetto!


The hoods, the hoods, the hoods are on fire! We don't need no choppers, let the mother fuckers burn! Burn!

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Porque raios ninguém se lembrou disso?

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Se a pila fungasse como o nariz, quanto tempo não poderíamos andar com as mesmas cuecas, sem ouvir reclamações de manchas? quanto tempo deixaríamos de perder a sacudir...
Evolução? Pfff...

80, sim! 8, nem por isso!

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Sujeito: Finalista do europeu... Quarto do mundial... Empates com a Arménia, Iraque e Liechtenstein...

Predicado: Somos um país sobretudo vocacionado para grandes feitos!

Complemento: Ainda bem que não fomos navegar pelo Mediterrâneo, que nem tínhamos passado de Loret del Mar...

Não é para me gabar...

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Sabedoria popular versão intelectualóide #5

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Projecções vocais de asnos são incapazes de atingir as alturas celestes!

É favor não atirar beatas...

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A aurora polar é um fenómeno óptico que se pode observar nos céus nocturnos das proximidades das zonas polares, e que consiste num brilho intenso e multicolor decorrente do impacto de partículas trazidas pelo vento solar no campo magnético terrestre. Em latitudes do hemisfério norte é conhecida como aurora boreal, nome atribuído por Galileu, em referência à deusa romana do amanhecer, Aurora, e ao seu filho, divindade dos ventos do norte, Bóreas. Ocorre normalmente de Março a Abril e de Setembro a Outubro. Em latitudes do hemisfério sul é conhecida como aurora austral, nome atribuído por James Cook, uma referência directa ao facto de estar ao sul. O fenómeno não é exclusivo da Terra, sendo também observável em outros planetas do sistema solar como Júpiter, Saturno, Marte e Vénus. Da mesma maneira, o fenómeno não é exclusivo da natureza, sendo também reproduzível artificialmente através de explosões nucleares ou em laboratório.

O urinol (ou, como é conhecido em alguns locais, localidades, vilarejos e aldeolas, assim como em certas cidades, urbes e metrópoles, órinól), não sendo um fenómeno óptico, nem sequer estético, pese embora aquela ideia peregrina de inverter a posição de um e chamar-lhe arte, é um fenómeno social, cada vez mais menosprezado (porra, eu nas aulas de matemática sempre aprendi que mais com menos dá menos, pelo que se eu conjugasse este mais com este menos deveria dizer que é um fenómeno cada vez menosprezado!!!... ou deveria ser menos prezado?! ou ainda menos menosprezado? não, isso não, que menos com menos dá mais, e aí seria dizer que é um fenómeno mais prezado, o que é mentira... acho que vou ter de parar uns minutos para tentar recuperar-me depois destas dúvidas parvas…)


tique-taque! tique-taque! tique-taque! tique-taque!

, como, aliás, a maioria dos fenómenos sociais tradicionais tem vindo a ser, e nesta maioria contam-se, a título de meros exemplos, o martini com cerveja como prefácio para um dia de burilanço, o bofetão público à pequenada sempre que eles embirram com qualquer coisa, e como bofetão entende-se aquela chapada que provoca um ecoar tremendo em qualquer local fechado, os pratos de tremoços e finos a acompanhar tardes de domingo, botas texanas e fatos de treino em plena praia, entre outros, talvez porque a populaça tem a mania de se armar em fina, e então esquece que tentar imitar os finórios resulta em comportamentos ainda mais risíveis.
Alguns povos, se não todos, criaram fórmulas e ritos de ascensão à maioridade, sobretudo para os jovens do sexo masculino, envolvendo provas de bravura, ou festarolas à maneira. Devido à grande míngua de leões em estado selvagem nas terras lusitanas, e visto que por cá ninguém curte andar a levantar cadeiras como se fossem altares da procissão da terriola, nem outras coisas do género, a ascensão do púbere mancebo a homem feito de barba rija e com autoridade para mandar uns bitaites convencionou-se como determinada por três momentos fulcrais: ir à tropa, ir às putas, conseguir mictar para qualquer urinol, seja a que altura for! Ora, esta é a ordem inversa, no sentido contrário daquele que sucede em termos cronológicos e de sequência das coisas numa linha temporal, ou seja, a derradeira etapa para se se fazer um homem é ir à tropa, para aprender a mandar uns balázios e assim, isto depois de já ter ido fornicar uma mulher que faz pelos homens, e esta expressão nem sequer é minha, é mesmo medieval, o que mostra como este costume é tão antigo, perdendo assim a virgindade, recebendo em troca a probabilidade elevadíssima de contrair uma doença venérea. Porém, o momento primordial em que um homem começa a ter responsabilidades, autoridade, o respeito dos outros, é quando começa a conseguir verter as suas urinas para um urinol. Primeiro, porque o urinol é, na sua génese, coisa exclusiva de homem; segundo, porque conseguir chegar a certa altura para abanar a tromba é sinónimo de dignidade… Não poucas vezes ouvi da boca de homens mais velhos, sempre que queria meter o bedelho num assunto de adultos: Tu calas-te que ainda nem chegas aos urinóis… Depois de mijar pela primeira vez num, é sempre a subir… tirando que, hoje em dia, não se vai às putas como antigamente, quando tal era considerado socialmente dentro das normas, quando era uma afirmação da superioridade masculina; e o regime militar deixou de ser obrigatório… pelo que, nada de putas, nada de balázios, nada de homens feitos… Mesmo os urinóis têm sido votados a uma negligência atroz, desde entupimentos de beatas e outros lixos, até limpezas tão limpas que não deixam ganhar aquela mancha amarela que tão bem os caracteriza. Já para não falar nas deturpações que constituem urinóis que vão até ao chão e coisas assim, que mais parece estarmos a mijar contra um muro, ou contra a parede! Então se até já se fazem urinóis para putos e até mulheres! Mas que raio de sociedade vem a ser esta?
E isto tudo porquê? Porque não há respeito pela tradição. Eu queria ver se o vento solar quisesse mijar contra o nosso urinol gigante, e ele estivesse cheio de beatas! É como desenhar graffitis nos Clérigos, é o que é!

Quem me mandou mexer no que estava bem?

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Sujeito: Ena, que bela festarola! Toy, Quim Barreiros... e muitos outros...
Predicado: Este Praça da Alegria no exterior não deixa de ser engraçado, ainda para mais em frente ao Mosteiro de Santa Cruz.
Complemento: O outro deve estar tão arrependidinho de ter feito o que fez à mãezinha...

Próximo 13 de Setembro, ao vivo, na Cova da Moura

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Sujeito: Já passaram três meses e ainda não encontraram a pequena Maddie.
Predicado: Mas dizem outra vez que a viram, agora na Bélgica.
Complemento: A Virgem Maria é que não anda nada contente com esta concorrência no mercado das aparições.

Que isto aqui é uma democracia, não é nenhuma bandalheira!

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Sujeito: Parece que a CIP também concorda que manter a Portela e construir mais um aeroporto é a melhor ideia.
Predicado: Não admira, é a solução que a maioria dos países desenvolvidos adopta nestes casos.
Complemento: [comentário "jocoso" envolvendo deserto, ideias, cérebro e ministros de obras públicas convenientemente censu... omitido]

Sabedoria popular versão intelectualóide #4

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A flatulência libertada durante o reinado do deus Hipnos não é posse de nenhum indivíduo!

Alguém me chegue o comando, ò faz favor!

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Estar esparramado num sofá, em frente a uma televisão, de preferência sintonizada num canal que passe apenas programas absolutamente sem interesse, é das melhores coisinhas que se pode fazer para efectuar uma lavagem ao cérebro, uma daquelas sessões de terapia que fazem esquecer todos os problemas, todos os assuntos que andam a martelar diariamente na caixa craniana, todas as coisas boas, o nosso nome, a nossa idade, que nos fazem esquecer que existimos, porque pura e simplesmente deixamos de existir durante esses momentos. A sensação de estar suspenso numa solução gasosa dos sentidos, ver e ouvir a emissão hertziana do monitor, sentir o odor e o tacto do comando, o sabor das pilhas alcalinas, sem assimilar nem compreender nada disso…
Isto, claro está, até que apareça o michael moore na imagem, facto que conduz iniludivelmente a um despertar brusco para a realidade física das coisas, nem que seja para fazer um zapping rápido, ou outra manobra evasiva, necessária perante o caos que nos assoma. Pessoalmente não tenho nada contra o tipo, até porque não me chamo clint eastwood nem defendo uma américa livre, democrática, pacífica e armada, quanto muito defendo uma colónia de sexo livre, democrático e pacífico… não obstando, porém, a umas boas palmadas; apenas acho que ele tem uma forma esquisita de escolher nomes para os filmes/documentários que realiza. Trocadilhos com escalas de medição da temperatura e datas de demolições de prédios é estranho, e não me convencem do contrário, mas jogar bowling em favor da apaixonada do pierrot, já é demais! Além de que se torna um bocadinho, mas só mesmo um bocadinho, pimba. Todas as pessoas cultas e eruditas nas coisas da sociologia e cultura popular tugas do século XX da era post-cristo (que são aqueles papeluchos amarelos em forma de cruz onde um tipo anota recados para si mesmo ou para os outros, tipo os daquela marca, a inri) sabem que o pierrot foi, e ainda é, se bem que numa escala muito menor nos dias que presentemente passam, uma das mais representadas personagens do mundo estático e patético das pequenas estatuetas cerâmicas pintadas quase sempre em tons de azul e branco, destinadas a preencher todo e qualquer espaço vazio que se possa encontrar numa estante, ou outra qualquer superfície horizontalmente plana, esses artefactos medonhos que se dão pelo nome absolutamente amaricado de bibelot! Juntamente com o naperon, ou seja, com um bocado de tecido, às vezes meticulosamente trabalhado, outras vezes nem por isso, forma uma das duplas eminentes da decoração interior de uma tradicional casa tuga de respeito. Bibelot e naperon; pano bordado com o monograma do casalito e pierrot, que dupla brutal e avassaladora! Ora, esse bastardo ícone bibelótico, através da gaja que ele curtia afinfar, mas que não quer nada com ele, servir como inspiração para nome de um filme… não fica bem, digo eu.
Antigamente, a coisa mais estranha do tipo era, para mim, aquela excitação que ele atinge, só comparável, imagino eu ao ver aquela formosura, à excitação que sentirá ao ver um leitão à bairrada ou equivalente manjar no outro lado do atlântico norte, quando se fala em canadá. Impressiona perceber como ele quase saliva ao pensar, ao afirmar, que a solução para os males do mundo reside no exemplo canadiano. Eu acho que ele fica cheio de tesão só de pensar em toronto, ou coisa que lhe valha! Tudo bem que o canadá é um país desenvolvido, com baixos índices de criminalidade e de pobreza, mas, pelo outro lado, apesar de ser o segundo país com mais quilómetros quadrados, circulares e triangulares, é também dos que tem uma percentagem de terreno habitável menor, tanto é o lago, floresta e gelo que para lá vai. Eu nem gosto de calor, mas os canadianos exageram com aquele frio. Aliás, o frio deles explica muita coisa… toda a gente sabe que a gatunagem gosta de andar ao fresco, que é como quem diz não gosta de vergar a mola, que é como quem diz gosta de coçar a micose, que é como quem diz não gosta de trabalhar, e por isso se dedica à gatunagem. No entanto, com tanto frio, nem mesmo um gajo sem vontade de burilar se dedica às coisas do roubo, furto e desvio ilícito. Com frios daqueles, eles [os canadianos] querem todos é casinha, lareira e cobertores sobre os joelhos. Ou isso, ou casinha, lareira e canzanada! E, aí, comecei a perceber a admiração do moço pelos norte-americanos de que nunca se fala. Há até quem diga que os canadianos adoram foder à canzana porque assim estão os dois virados para a televisão a ver hóquei no gelo, desporto que se resume, no fundo, a tentar vestir o máximo de roupa possível para aguentar com o fresquinho. Os jogadores dessa modalidade invernosamente olímpica querem é aquecer o lombo, o resto é tretas e extras, que dar umas galhetas num gajo pode ser divertido, desde que ele não se lembre de responder na mesma moeda, nem sequer numa ou mais moedas mais pequenas e com valor facial total menor que a moeda que se lhes dá inicialmente, aquilo a que os doutos das coisas da economia chamam troco, mas a que a populaça chamaria de mais-valia adquirida através da transmissão de bens ou serviços. Para mim, mandar um sopapo na queixada de outro tipo chega perfeitamente, passo bem sem o troco, e não ligo pevide a mais-valias.
E farmácias! Aquele país imenso tem, para lá de umas quantas pessoas a fazer feitio, muito lago, muita floresta, muito gelo, e muita farmácia! Aliás, parece-me que tudo o que vai acima da fronteira setentrional estadunidense é uma gigantesca farmácia, especializada basicamente em vender comprimidos para a tusa e pomadinhas para chegar depois às partes pudendas, ou fudengas, é como quiserem, que o word não aceita nenhuma como válida, o desgraçado!, que olvida o mais tradicional vernáculo, digo eu, pois à quantidade de comprimidos que eles vendem, bem precisam de hidratar no fim. Se não fosse a maravilha tecnológica desta era da informação, nunca teria percebido o fascínio do homem pelo canadá, essa terra de fodilhões, no fundo, gente que, resguardando-se do frio, fica em casa a fornicar que nem leões, apesar de não haver leões no país, a não ser em jardins zoológicos, mas como o rei da selva que afinal vive nas savanas, porque o primo tigre é que vive nas selvas, mas pronto, os tipos do tarzan acharam que pôr leões, elefantes africanos e outras animálias a passear em plena selva era giro, que se há-de fazer, fode umas boas dezenas de vezes num dia, pois bem, é difícil encontrar outro termo de comparação tão bom, até porque da fauna canadiana só me estou a lembrar de alces, e não quero aqui dizer que os tipos de lá são todos uns maricós cornudos… a não ser talvez os do quebec, que adoram a celine dion e outras anomalias técnicas da música internacional. Graças a essa maravilha que é o spam, pude começar a compreender melhor a mentalidade do bicho, apesar de ainda não ter chegado à parte dos títulos dos filmes, mas também não se pode pretender o universo todo de uma vez.
Claro que foder muito também tem alguns inconvenientes. Tal como dizem que foder pouco faz mal à vista, do mesmo modo que tentar que a namorada pratique o sexo oral e falhar no alvo lhe pode fazer mal à vista, também no canadá devem existir provas estatísticas de que foder em demasia pode causar problemas. Quase que apostava, se tivesse agora e aqui algum fundo de maneio para isso, que o canadá deve ser dos países com maior taxa de cancro no pulmão em todo o mundo. Ora, a umas vinte quecas por dia, vai um maço, fora o que se fume por fora [bzt!!!], e isso, acumulando, dá em cancro mais ano menos ano. Há muita gente que pensa que as preocupações ambientais, ecologistas, dos canadianos se devem a um estado avançado de consciência social, a uma mentalidade que compreende o desenvolvimento como uma coisa necessariamente sustentável nos recursos existentes, sem exageros, nem essas coisas, mas de certeza que eles andam é a ver se não poluem muito para poupar os pulmões, visto que só em cigarros já fazem mal suficiente. Até porque praticar o coito com problemas do tracto respiratório deve ser problemático… mais ou menos como nos metros apinhados de gente.
Não faço a mínima se os metros canadianos serão como os dos japoneses, esse povo maravilhoso, com uma imaginação fertilíssima, capaz de idealizar, num momento, consolas de jogos digitais extremamente avançados e viciantes, e, num outro, um animal com dezenas de tentáculos, capaz de penetrar por todos e mais alguns orifícios de uma colegial virgem. Nós, neste cantinho a oito fusos horários de distância, criámos a malha e achamos, maioritariamente, mas as maiorias são, felizmente, volúveis como alguns elementos da tabela periódica dos quais não recordo agora o nome, que a canzana já é uma coisa upa, upa! de imaginação e audácia. Deve ser porque lá o sol nasce antes que eles são assim tão à nossa frente… Basta ver o método que eles arranjaram para entulhar mais pessoas em cada carruagem de metro, aqueles homens e mulheres de luvas brancas prontos para empurrar mais e mais nipónicos para dentro da embalagem onde se sentirão como sardinhas karatecas de shaolin em lata. Cá, homens e mulheres assim aperaltados e de luvas brancas era certinho que estariam em vias de enfiar o dedo em partes obscuras da anatomia humana!
Também, verdade seja dita, cá não é preciso gente especializada e contratada para empurrar os outros para dentro do metro, porque, como as pessoas não esperam que saia quem tem de sair, elas próprias empurram quem tem necessária, urgente, valha-me-deus-que-perco-a-consulta-mente de sair do metro naquela precisa e determinada estação. Talvez seja aquele debate secular da avançada intelectualidade europeia dedicada a temas fundamentais da nossa existência como a sexualidade dos anjos, o tamanho das barbas de moisés ou a grossura da arca de noé, e que tantas mentes ocupou, mesmo gente de quem se diz serem grandes génios do velho continente, aquela ideia da natureza ter ou não horror ao vácuo, ao vazio, se a possibilidade de haver vazio é ou não real, um tema ainda hoje causa para tanta árvore abatida – o ancestral exemplo que eu mais admiro é o da mão mergulhada em água, que mal é retirada vê o seu antigo espaço ocupado de imediato pelo líquido, impedindo assim o vazio, mas parece que ninguém se deu conta da descida do nível do mesmo dentro do recipiente, digo eu, porque essa parte ninguém diz, mas adiante, que eu de filosofias pouco percebo, e ainda menos para discutir aquilo que leva os tugas a avançar peremptórios mal a porta entreabre, sem esperar quem de lá vem (apesar de tudo, sou da opinião que esta experiência da mão na água é claramente viciada, não só na análise que dela se faz, mas também nos objectos utilizados; vejam lá se quando tiram a mão do cu dos marretas ou similares bonecos, eles ficam preenchidos de alguma coisa!!!).
De facto, como a imensidão de pierrots e panos supérfluos provam bem, o tuga não gosta nada de ver espaço vazio, e não está para discussões sobre se o vazio é vazio e/ou vácuo, ou antes matéria invisível, bota um desses pendericalhos e pronto, está resolvido o assunto. Esta forma assaz prática de resolver as coisas é evidente quando o tuga decide solucionar a questão da garrafa que não consegue expelir o seu conteúdo de forma uniforme quando colocada numa posição vertical, de gargalo para baixo. Os entendidos dizem que não consegue porque à medida que o líquido sai, o ar tenta entrar para ocupar o seu lugar, na mesma proporção; ora, como não passam os dois simultaneamente, fazem-no à vez, intermitentemente, e por isso é que se formos virando a garrafa aos poucos, líquido e ar saem e entram, respectivamente, em tranquila cavaqueira, até dá para trocar uns dedos de conversa e tudo. Ora, o tuga, da mesma maneira que não está à espera dos que saem do metro e tenta passar pelo mesmo local, mas para dentro, também não está com meias medidas, e em vez de deixar a garrafa ganhar ar, e toda a gente sabe como isso avinagra o vinho, emborca logo tudo de uma vez, de golada, à homem!, à macho!
Claro, da mesma forma que foder tem custos, beber deste modo tem custos também, pois a bebedeira costuma ser péssima acompanhante do acto procriativo, e um passo em frente para chegar à estalada! Enquanto os canadianos fodem e não batem, make love and not war, os que mamam vinhaça e cervejolas e outras bebidas de baco, muitas vezes para compensar o calor, outras só porque sim, andam ao estalo, e não saltam para as cuecas das respectivas, nem que sejam respectivamente por determinado e curtissimamente delineado período de tempo! O moore é que tem razão, era pôr os países todos a temperaturas negativas, passar o hóquei no gelo a desporto mundial, e abrir imensas farmácias a vender viagra e cialis com desconto para o pessoal perder mais tempo a praticar o dito amor, e menos a bater uns nos outros… isto, claro, desde que os cigarros deixassem de provocar cancro e os filmes dele passassem a ter nomes decentes.
Enquanto isso não acontece, limito-me a mudar de canal e estupidificar novamente.

Conseguireis caminhar tal como eu, se tiverdes fé... ou muita sorte!

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Sujeito: Parece que o Bispo de Aveiro vai começar a pregar nas praias do distrito.

Predicado: É coerente; Cristo também andou muitas vezes à beira-lago a pregar.

Complemento: Só que esse conseguia caminhar sobre as águas, caso precisasse de fugir de banhistas em fúria!

(sem nome)

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Azul, eminentemente azul
a cor do céu que dizem os especialistas
Não tem cor de todo
em parte alguma conhecida da Humanidade
Não descobrimos ainda
a cura para os males do mundo mas soubemos
Roubar a sua beleza!

Aristides Sousa Landeira

Sabedoria popular versão intelectualóide #3

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Não se verifica precipitação em forma de gotículas nem a suspensão semi-transparente de H2O que poisa ao de leve nas plantas verdejantes; está, outrossim, uma assaz baixa temperatura do órgão sexual masculino!!!

How I wish, how I wish they haven't turned off the music...

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Há qualquer coisa de intrínseco, de geneticamente incontornável, na espécie humana que a leva a aspirar, a desejar constantemente a mudança, que a leva à procura de algo diferente daquilo que existe, daquilo que possui. A mudança é o motor através do qual se imprime um dinâmico movimento de evolução à espécie auto-consagrada como a mais desenvolta deste planeta.
Foi por mudar de animal quadrúpede para animal bípede que a humanidade conseguiu chegar ao ponto de foder em pé, contra a parede ou no meio da sala, pela frente e com beijinhos ou por trás e à bruta, rebentando assim com os músculos, tendões e ossos dos membros inferiores, exponenciando a venda não só de lubrificantes analgésicos, e reparem como as verdadeiras intenções e funções destes produtos se revelam através da sua classificação farmacológica, como também de anti-inflamatórios e outras pomadas para sarar as lesões de esforço… aprazível, certo, mas esforço.
Foi por ter mudado de ares, das vastidões cálidas de África para o aperto enregelado europeu, que o homem pôde desenvolver expressões hoje tão idiossincráticas (e idiotas, segundo algumas opiniões) da sua natureza, como dizer badochamente às fêmeas Estamos com frio, há?! ao ver como os seus mamilos entesados, túrgidos como pequenas colunas de betão armado, se assinalavam quais cones de sinalização por baixo das mui sensuais, embora fedorentas de almíscares bovinos, peles de bisonte. Claro que, para um hominídeo de há milhares de anos, comparar mamilos com cones de sinalização era impossível, mas, lá está, foi uma coisa que mudou, os termos de comparação. Antes, eles deviam comparar mamilos enrijecidos pelo frio com os menires, e isto bem que poderia ser a base de toda uma nova forma de entender as realizações megalíticas; hoje, comparamo-los com cones de sinalização, muito graças àquela moça, a madonna, ou com pitões de alumínio, bem hajam os ingleses por terem criado o futebol que nos proporciona tais termos comparativos.
A mudança é a esperança de muitos, é aquilo que lhes alimenta o sonho num futuro mais risonho e mais satisfatório. A esperança que eles têm em que as namoradas possam um dia mudar de ideias e aceitem experimentar sexo anal, e é a esperança das empresas produtoras de lubrificantes, para continuarem a crescer no mercado. A esperança que eles têm em que as respectivas de longa data e até que a morte os separe mudem de ideias e, sobretudo, de dieta, para que um dia possam readquirir as formas e a aparência que no passado ostentavam, e é a esperança das empresas produtoras de lubrificantes, para continuarem a crescer no mercado. A esperança que elas têm em que eles mudem um dia, e deixem de ter essas ideias, que passem a desejar só o que há, sem alternativas nem analternativas, e é a esperança das empresas produtoras de lubrificantes em que isso nunca aconteça, ou então lá vai o mercado todo à vida.
No fundo, esperar algumas mudanças é muitas vezes como esperar um milagre, é como esperar um táxi em dia de chuva, é raro, mas acontece. Ainda assim, mudar é tão natural, não tanto como a sede, mas pelo menos tanto quanto a caganeira. Um gajo, por muito que queira, não escapa a umas quantas mudanças ao longo da vida, do mesmo modo que não escapa a umas caganeiras. Então, se estiver mesmo de caganeira é que é certinho que vai ter de mudar de cuecas, se não for também obrigado a mudar de calças, depende da gravidade, potência e repentismo do esguicho.
Por mim, não gosto nada de mudar, sobretudo em coisas sérias. Não acho piada nenhuma a ter de mudar de vivo para morto, de solteiro para morto, de bêbado para morto. Isso e mudar de cuecas e camisa, que é outra coisa que me irrita solenemente. Não ao ponto de me ornar de paramentos e desatar a retolicar em latinorum, mas, ainda assim, bastante irritado! As pessoas bem dizem que estou a feder, a cheirar a cavalo, ou a outros igualmente simpáticos e malcheirosos animais de quinta, como bois e porcos, ainda para mais um cavalo impregnado de fedor a bosta, mas eu ainda sou daqueles que apreciam acordar de manhã, espreguiçar, aviar com duas farpolas no pano dos lençóis, pegar as cuecas do chão e vesti-las novamente, amarelo para a frente, castanho para trás, tudo enquanto se coça, com técnica invejável, diga-se a propósito, a tomatada. Na minha douta opinião, todo o despertar masculino que não obedeça a este ritual peca por falta de virilidade. O problema é que, na caganeira, não há tradição que resista às traçadelas na pele que nem com pó-de-talco aquilo lá vai, e um gajo lá tem mesmo de tomar banho e mudar de cuecas.
Felizmente, na maioria das situações não há necessidade nenhuma de mudar nada. Mesmo quando as pessoas chegam à minha beira e perguntam intrigadas O que estás a fazer no chão da sala, todo torto? ao que respondo com uma longa dissertação Caí!, de preferência num grunhido monossilábico. Se eu podia voltar a sentar-me no sofá? Podia. Mas se quero, se tenho necessidade imperiosa e inexorável disso? Não. Logo, não me levanto, deixo-me estar na mesma posição incómoda e capaz de adormecer a metade do corpo que ficou debaixo da outra metade, sobretudo os pés e os braços. Desde que não danifique nenhum órgão vital, tudo bem por mim. Sendo que, pelo menos até começar a cuspir sangue, é difícil perceber ao certo se danificámos ou não alguma coisa. No entanto, a vida é mesmo assim, sempre no limite do risco!
Por isso, irrita-me ver as pessoas a mudar constantemente todas as suas vidas, as suas ideias, as suas opiniões, a pousar de partido em partido em partido como um pardalito de ramo em ramo. Sempre que vejo um tipo a dar pisca para mudar de direcção, por exemplo, é certinho que buzino na hora! Se ele mudar sem avisar, buzino ainda com mais força! Arre para tanta mudança! Outro exemplo… aquele tipo do ok tele seguro ou lá como se chama a empresa, o engravatadinho, o jeitosinho, se eu o apanhasse, era certo que lhe dava um calduço, por andar sempre a pôr minhocas na cabeça do pobre senhor hábito, que tão bem estava com a vida antes de ele aparecer!
Tudo bem, eu concordo que há diversos casos em que mudar é uma coisa produtiva, como quando um tipo está, por exemplo, num café ou num restaurante, e está a rfm sintonizada. Aí, sem dúvida que dá vontade de, por todos os santinhos e anjinhos e outrosinhos deste mundo, mudar de estação emissora, quanto mais não seja para evitar ouvir, mais uma vez, a enésima vez, roxette, pausini, ramazotti ou outro monstro sagrado da música internacional escolhido para passar diariamente e várias vezes ao dia, assim ao modo de alguns medicamentos, como os anti-inflamatórios das quecas contra a banca da cozinha, na playlist do segundo canal da renascença. Eu bem sei que a laurita e o eros são italianos, mas também é exagerar, esta identificação com a renascença, mesmo que no segundo canal! Não obstante, há excepções, como quando está a passar Pink Floyd. Nesse caso, seria de bom-tom esperar pelo fim da música e, aí sim, mudar de estação. Agora, desligar a música a meio para acender a tv e botar o noticiário da sic a rolar, isso já é abuso! Ainda para mais sem aviso, como os otários que não dão pisca, capaz de originar uma indigestão a um tipo, como eu, que tenha estômago fraco para estas coisas. Pior ainda, só mesmo os ataques de pânico gerados de forma automática pelos disc jokeys (montadores de discos) dos centros comerciais, capazes de cometer o despautério de passar de Pink Floyd para bon jovi! E, mais uma vez, a meio da música! Num sítio dado à acumulação de gente medonha em gostos, musicais e não só, é a hecatombe moral! Seria como passar de Londres para Pyongyang sem passar sequer na casa de partida nem receber os 2 merréis. Uma grande entaladela, no fundo!

PS: sempre que mudei de parágrafo, fi-lo apenas porque as regras do bom e escorreito português a isso obrigam e porque sim!

Vou-te pôr os olhos negros

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Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te dar um pêro antes de dormir
Que é p’ra aprenderes a não retorquir
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te dar um pêro antes de dormir
Que é p’ra aprenderes a não retorquir
Cheguei a casa às tantas todo imundo
Bêbado e sem saber por onde andava
Querias que fosse dormir para os fundos
Mas eu só ria e vomitava
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te dar um pêro antes de dormir
Que é p’ra aprenderes a não retorquir
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te dar um pêro antes de dormir
Que é p’ra aprenderes a não retorquir
Não tenho mais bagaço nem cerveja
Não há mais nada para beber
Só queria que fosses comprar uma palete
Mas preferes assim, e vais-te foder!!!
Vou-te pôr os olhos negros
Vou-te pôr os olhos negros…

Lyrics by: Bomber Jack

Ofertas que não se podem recusar...

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Se realmente Portugal quer fazer um brilharete e fazer com que os países da UE concordem com a proposta de tratado, o José Sócrates tem é de se deixar de politiquices a apostar nos nossos melhores argumentos:

Ou seja…

Para convencer a Espanha, mandamos para lá o Quaresma, o Simão e o Lucho de graça.
O Zezé trata de convencer a alemã (just don't forget the music, the music!!!)
Com a Super Bock decididamente pomos o inglês e o Sarkozy tão bêbados que eles assinam tudo, nem que seja um acordo para serem violados por uma manada de elefantes na época do cio. Se, mesmo assim, o franciú não aceitar, basta apontar uma arma, que ele, no máximo em 5/6 semanas, rende-se!
Os outros, claro, aceitam qualquer coisa, nem que não queiram…

Dicionário de Biturbo #11

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columbofilia - perturbação de ordem sexual que leva as pessoas a excitarem-se com tudo o que esteja relacionado com Cristóvão Colombo. Em 1958, Ernesto Agrimonte, um contabilista de Múrcia, tentou mesmo exumar o suposto corpo do explorador, na ilha de Hispaníola (actual República Dominicana), para com ele praticar sexo anal.

Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Sabedoria popular versão intelectualóide #2

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Especiarias picantes nos esfincteres anais de outrém são para a minha pessoa como refrescantes bebericagens!

Dicionário de Biturbo #10

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balalaica - munição de arma leve usada em conflito, atentado, ou ataque de intuito civil (guerras, regicídios, assaltos, etc.). Diverso de baladevota - munição usada em conflito marcadamente religioso, ou em atentado contra figura representativa de uma crença religiosa.
Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Sabedoria popular versão intelectualóide #1

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Aos que desconhecem as artes do amor carnal, até a mera existência de túbaros provoca embaraço.

Escrever como quem sente

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Ouço muitas vezes da boca de alguns magos da predição que, daqui a mais ou menos tempo, nos países mais ou menos desenvolvidos, a palavra escrita acabará por deixar de ter existência de papel, passando a subsistir somente numa versão digital, que é como quem diz que, passando esse intervalo de tempo não muito bem delimitado por nenhum dessas brilhantes mentes, ninguém mais usará uma caneta, um lápis, uma esferográfica como esta BIC laranja que estou usando neste momento para assentar numa folha de papel em branco, pautado ou quadriculado, com ou sem margens, ou até mesmo num outro suporte qualquer como um tampo de mesa de escola, umas frases quaisquer, nem sequer uma coisa tão trivial e pueril como Eu estive aqui, ass.: X… Dizem esses arautos da tecnologia que o futuro passa apenas pelo sistema QWERT e pelo matraquear de letra a letra até formar uma frase completa, mas sem ninguém estar presente em parte alguma…
ESPERO MORRER ANTES QUE TAL ACONTEÇA!!!
Não concebo viver-me num mundo onde a palavra exista apenas como resultado da conjugação de 0’s e 1’s em processos invisíveis. Não concebo viver-me num mundo onde a palavra não seja despejada em jactos de tinta ou grafite contra a maciez ou a aspereza de uma folha de papel. Não concebo imaginar sequer viver-me num mundo onde a palavra perca a alma. Porque é isso que acontecerá no dia em que apenas haja teclas para bater e as palavras surjam diante dos nossos olhos em ecrãs, a morte da alma da escrita.
Há qualquer coisa de mágico no acto de escrever, mesmo que seja uma parvoíce medonha qualquer, uma coisa mágica e, no entanto, bem visível no seu processo, um encantamento precisamente por se ver como as coisas acontecem, como os músculos do antebraço se movem em pequenos instantes de tensão, como os dedos se movem para cima e para baixo, ligeiramente, conforme a letra suba ou desça, fazendo movimentos circulares quase imperceptíveis e depois a esferográfica presa entre as suas pontas, ver a tinta a cair pela carga até à esfera que, ao entrar em contacto com o papel, vai rolando e largando a cor que desenha estas mesmas palavras que vou escrevendo em letra tombada pela ventania do pensamento. Há qualquer coisa de magia em tudo isso, em quase sentir as palavras a correr das nossas veias até poisarem no papel, como se esta tinta azul fosse o vermelho do meu sangue. Estas palavras, mesmo enfadonhas ou medonhas, ou outro –onhas qualquer, são a minha alma.
Escrever num computador… isso não É escrever! É digitar!
Escrever não é só preparar um texto e cagá-lo limpinho e prontinho para guardar nos Meus Documentos, UmNomeQualquer.doc, talvez imprimir em folha A4 frente e verso… Escrever é voltar atrás e rasurar, e rasgar, e cortar frases a meio para as pôr noutro sítio, não usando Ctrl+X / Ctrl+V, mas com uma seta! Ou uma chamada, um asterisco, e fazer mais e mais sinalefas, e chegar ao fim e amassar a folha para começar tudo de novo, ou um grande traço por cima de tudo e passar para a página seguinte do caderno, não fazer um Del à selecção CTRL+T! Escrever é despejar os detritos da alma, é sujar uma folha com o que se sente, e com a confusão do pensamento, não é chegar ao fim com uma folha limpa como mármore de catedrais que não mostram a violência das almas sofredoras! Ao ler um manuscrito temos a noção das angústias, das dúvidas, dos estados de espírito caóticos de quem escreveu; ao ler um ecrã, ou uma impressão, tenho apenas um resultado final, já mastigado e já sem o sentimento da criação primordial, sem as provas tangíveis desse caos de querer dizer tanta coisa ao mesmo tempo e ter apenas uma mão para escrevê-las apenas numa vida!
Os magos não se calam, eu sei… a seguir à escrita virá a pintura, os pincéis substituídos pelo software; quem diz a pintura diz ainda mais rapidamente a arquitectura! O cinema já por lá caminha, a música nem se fala… as obras-primas da modernidade do século XXI já não se querem fazer à mão, e por isso não as há verdadeiramente, que uma obra-prima é uma coisa manufacturada! Acho apenas difícil que consigam digitalizar as pessoas no palco de um teatro, de um bailado, mas ainda hão-de encontrar forma de esculpir com o teclado e o rato!

Guiness Book

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Sujeito: O homem mais alto do mundo vai casar com uma mulher com metade da sua altura.
Predicado: Em tempos, o homem mais alto do mundo chegou a ser um moçambicano.
Complemento: Mas depois pisou uma mina e perdeu logo metade do tamanho.

Dicionário de Biturbo #9

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vidente - um dos vocábulos da língua portuguesa com mais variantes semânticas. No Norte de Portugal, em particular na região envolvente ao Porto (onde se lê bidente), designa uma pessoa com apenas dois dentes. Na África lusófona, usa-se para identificar situações em que se viu a dentadura de alguém. No restante mundo onde se fala português, designa os profissionais que se dedicam à feitura de vídeos.
Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Povo que higienizas no eflúvio leito

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Povo que higienizas no eflúvio leito
E burilas com teu machado
A estrutura de meu féretro
Talvez haja quem te advogue
Quem adquira teu sacro solo
Mas a tua existência não

Deparei-me na circular távola
E traguei em conca que me encobre
O ósculo de mão em mão
Era o divino néctar que me oferendaste
A cristalina água, de genuína rudeza
Mas a tua existência não

Bálsamos de archotes e de lodo
Cochilei com eles no leito
Possuí a mesma conjuntura
Grei, grei, eu te pertenço
Hás-me dado lonjuras de incenso
Mas a tua existência não

Povo que higienizas no eflúvio leito
E burilas com teu machado
A estrutura de meu féretro
Talvez haja quem te advogue
Quem adquira teu sacro solo
Mas a tua existência não

Lyrics by: Bomber Jack

Da fauna tuga... #6

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Para o tuga, os gestos valem mais que mil palavras, sábios e vetustos dizeres, desde tempos imemoriais propalados entre as gerações que sucessivamente habitaram as margens atlânticas mais ocidentais do velho continente onde surgiram tantos fenómenos da humanidade social, política, cultural, como a mímica, por exemplo, a mímica dos mimos de cara pintada, empurrando paredes impalpáveis, puxando cordas imaginadas, tropeçando em cagalhões que cão nenhum cagou, a mímica que alguns consideram arte e que a muitos outros provoca urticária, a mímica que não a mímica do tuga, experto em manejar sensações e ideias, em falar pelos cotovelos, antebraços e mãos, por todos os poros de um corpo contorcionista da sintaxe dialogante. Nestes bocadinhos de terra colados a cuspe de sangue e aço temperado e guerreiro de forma a formar uma coisa a que se chamasse nação portuguesa, as pessoas falam acompanhando cada sílaba por um gesto, mesmo que quase imperceptível, as pessoas abarcam as palavras em redondilhas esbracejantes de demonstração, o tuga fala com a fala e com a fala dos gestos em simultâneo. Portugal foi feito para ser uma nação de surdos-mudos, mas a quase todos foi dado igualmente o dom da voz.
Sim, o tuga adora adornar os seus discursos orais com gestos, quantas vezes ridículos, e não consegue contrariar essa disposição genética. O tuga vai sozinho no carro, dispondo da mais recente tecnologia de alta-voz, de auriculares, e mesmo assim acena e bate energicamente numa mesa que não existe para marcar claramente a sua opinião; o tuga vai pelo passeio fora, a falar ao telemóvel, e encolhe os ombros para a pessoa do outro lado conseguir ver a sua resignação; o tuga enumera as vantagens de fazer assim e não fazer assado e usa os dedos para acompanhar a ordenação das ideias, para chegar ao fim e a mão cheia ser, por si mesma, mais uma razão, nada como mostrar uma mão repleta de argumentos para convencer os mais desconfiados dos inúmeros benefícios de ser preto e não ser branco, uma mão cheia de dedos, porra!!! Portugal foi feito para ser uma nação de surdos-mudos, porque basta ver como o tuga diz quase tudo com os gestos, mesmo que não consiga desenrolar um raciocínio mais que pueril.
E o tuga convence. Hitler foi, de certeza, treinado por um tuga a discursar com aqueles gestos em acompanhamento, quais batatas fritas e arroz branco da oratória, uma dialéctica de ascensão ao poder necessariamente acompanhada de muita frescura gesticular de salada! Os alemães, no seu âmago, não queriam conquistar coisa nenhuma, não queriam guerras relampejantes nem massacrar circuncidados, não queriam espaços vitais nem apagar a eslávia do mapa. Eles queriam era que os deixassem em paz, mais as suas brincadeiras com maços de notas de marco, como se pode facilmente constatar em qualquer manual de história do nono e do décimo segundo anos da escolaridade lusa. Porém, quando um tipo com um bigodaço como aquele vem falar em altos berros e acompanha os discursos com gestos tão irresistíveis, não há povo pacifista que resista! Ponham um tipo a fazer o mesmo na Suiça, ou nos Estados Unidos, e vejam se esses países amantes do fraternal afecto inter-nações não se transformarão instantaneamente em ferozes hienas, em mortais bisontes largados em estouro pelas pradarias ora tornadas campos de batalha!
Claro, há alguns, raros, cada vez mais raros, espécimes da fauna tuga que, se não conseguem escapar à inevitabilidade da sua condição de animal gestual, tentam ao menos disfarçar a tendência de falar com as mãos, talvez por vergonha, encapotando os braços com os casacos, não os envergando como de hábito, mas sim sem os entrincheirar no pano de fazenda, ou outro tecido qualquer. E andam assim pela rua, ao jeito de manequins desmembrados, com as mangas pendentes como pirilaus sem tesão, suspensas em vaivéns ao sabor das rajadas de vento. Sim, esses tugas escondem os braços sob o refúgio de um casaco, gabardina ou sobretudo, mas ninguém me tira a ideia de que, na verdade, eles estão sempre é a preparar um enorme, gigantesco, fulgurante manguito!

Dicionário de Biturbo #8

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vacância - propriedade de quem é vaca; filha-da-putice; canalhice; cabronice. taxa de vacância - índice através do qual se mede o nível de vacância de uma pessoa. Quanto mais coisas ruins a pessoa fizer, mais sobe na escala.
Fonte: Dicionário de Biturbo (não editado)

Espaço Publicitário #4

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(sem nome)

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a aurora. os pássaros. mentiram-me.
em chilrados de horas férteis.
a manhã. a janela. mentiram-me.
em acenos de luz e reconforto.
o tempo. o espaço. mentiram-me.
no enviusamento da solidão só minha.
os olhos. os braços. mentiram-me.
no despertar físico de fulgor.
os sonhos. a memória. mentiram-me.
concentrações gasosas de felicidade impalpável.
Aristides Sousa Landeira

Pequenas diferenças entre o ser humano e a restante fauna... #3

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A Plumagem

Com toda a certeza, quem lesse o título, chamemos-lhe assim, e o subtítulo deste corpo de texto que se prolongará não se sabe por quantos parágrafos, de não se sabe muito bem quantas linhas, com não se sabe muito bem quantas palavras cada, ficaria com a ideia de uma certa contradição evidente, pois a plumagem não é, de todo, uma pequena diferença entre o Homem e as restantes espécies animais, é, isso sim, uma grande diferença, porquanto o ser humano não possui plumagem sequer. Certo! Mas também errado! Porque do que se trata aqui não é a plumagem enquanto tal, o substantivo comum colectivo que designa o conjunto de penas, antes todo e qualquer tipo de artifício embelezador, as caudas de pavão dos animais, todos eles, incluindo as dos homens. Já por aqui se falou uma vez das diferenças de significado dos símbolos corporais/fisionómicos, na perspectiva da comunicação. Aqui também é um pouco isso, apenas numa versão um pouco mais alternativa, mesmo que sem touradas.
Normalmente, os artifícios fisionómicos que os animais possuem, exempli gratia, as caudas vistosas, as escamas de cores berrantes, as armações de hastes longas, têm objectivos muito bem definidos. Servem para avisar os outros animais do perigo de tentar atacá-los, e/ou servem para marcar uma posição dominante que proporcione ao ser em questão uma maior taxa de sucesso nas coisas da caça e da procriação. Ou seja, tudo questões muito pragmáticas. O pavão não exibe a sua cauda por pura vaidade, nem por outro motivo qualquer de gozo pessoal, mas apenas porque isso faz parte do seu código genético, é o meio de demonstrar superioridade, pelo menos de tentar, de lutar por um espaço.
Sim, e no ser humano também é verdade que os artifícios de embelezamento acabam por servir para conquistar um lugar no mercado da preservação sexuada da espécie, é verdade que as maquilhagens e as coiffures e os pendericalhos de bijutaria e as roupas extravagantes, tudo isso serve para conquistar parceiros sexuais, é a forma humana de seguir o instinto e as regras naturais da luta por um lugar, não ao sol, mas à cabeceira da cama, acompanhado. É verdade que, se analisarmos bem, não há propriamente uma diferença entre o ser humano e as restantes espécies animais neste assunto…
E também é verdade que há! (há qualquer coisa em mim que me está a levar a aceitar enunciações contrárias simultaneamente!)
Vejamos… como já referimos, e vamos manter-nos no mesmo exemplo, o pavão apenas mostra aquilo que tem, a sua cauda, que pode ser mais ou menos eficiente, conforme a genética tenha, ou não, sido boa companheira, e por aí se fica; deixa na sorte da herança de adn o seu destino. Como já vimos também, com o Homem não é bem assim; reparemos como a grande maioria dos atributos que ele ostenta não são naturalmente seus: as roupas, as jóias, as cosméticas, os perfumes… De facto, poucos são os que exibem atributos realmente naturais, seus de nascimento, sem outras modificações. Mesmo no caso das musculaturas, que são muitas vezes trabalhadas para irem além do que a genética providenciou, acabando assim por não serem originais, de fábrica, digamos (que eu me lembre, nenhum pavão pinta a cauda, nem outra coisa do género!) Portanto, temos já uma pequena diferença, à primeira vista talvez negligenciável, mas que é fulcral, pois dela advêm todos os posteriores raciocínios.
É que se o ser humano usa artifícios, verdadeiros artifícios pois não são naturais de si, para se valorizar perante os outros, também é verdade que o faz para aumentar a sua própria auto-estima, a sua opinião de si mesmo. (Pelo menos esta será uma diferença enquanto não se provar que os restantes animais têm opinião de si mesmo, auto-estima, egos e alter-egos, e por aí fora. Têm noções intrínsecas das duas capacidades, isso parece evidente.) O mais curioso, porém, é verificar como muitas vezes é conseguida esta manobra de auto-valorização… precisamente usando o mais puro artifício, que é esconder defeitos com a exaltação de virtudes que não existem. Um exemplo que me parece ideal, os famosos soutiens capazes de fazer parecer as glândulas mamárias femininas bem maiores que aquilo que são na realidade. No fundo, chamar a atenção para o pormenor mamário, fazendo-o parecer um pormaior pode não ser mais que uma forma de tapar tudo o resto. Pensamos que sim. (E não pensamos que não)
E como temos a mania de pensar, pensamos agora já não no homem indivíduo, mas no homem colectivo. Não será que as civilizações, ao longo dos milénios, têm vindo a fazer exactamente o mesmo que cada humano faz? Tapar defeitos com virtudes inexistentes, realçar as coisas positivas que em si encontram para se superiorizarem face às outras? Esse artifício, essa arte, a arte. Sim, não será a arte apenas uma forma de disfarçar o defeituoso que o ser humano é, que o mundo é, perspectivando-os de formas completamente diversas da realidade? Porque o Homem tem horror aos defeitos do mundo, e aos seus, por isso tantos tentaram criar mundos perfeitos, mesmo que apenas nas suas cabeças. A arte… esse subterfúgio face ao mundo real. Não serão os monumentos fúnebres dos egípcios uma forma de esconder a morte tentando criar uma ilusão de imortalidade? Mesmo sabendo que o ser humano é mortal, ao criar uma coisa que o seja, ou pelo menos que a tal almeje, finge sê-lo também, não seria esse o pensamento faraónico? Não será a criação de religiões a prometer uma vida depois da morte em condições paradisíacas uma forma de arte, porquanto pressupõe aquilo que parece irreal, a imortalidade, a perfeição, uma máscara para tapar o horror do mundo sem nada disso…
Talvez arte não seja nada dessas coisas… é tarde, vou dormir, sem artifícios nem plumas de pensamento, tudo isto é cru e os sonhos sei bem que não passam de uma partida nocturna…